Pânico e desespero

Pesquisadores da UFMG ficam presos por 12 horas em Aeroporto no México e quase são deportados

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
07/06/2022 às 20:51.
Atualizado em 07/06/2022 às 21:12
 (Arquivo Pessoal / Reprodução)

(Arquivo Pessoal / Reprodução)

“Ninguém quis me escutar. Disseram que meu visto estava inválido e que eu e minha esposa seríamos deportados para o Brasil. Tentei explicar que ia dar uma palestra. Foram 12 horas de pânico dentro de uma cela com outros presos”. 

O desabafo feito à reportagem do Jornal Hoje em Dia é do professor Elias Santos, doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele foi detido com a esposa e outra pesquisadora ao passar pelo serviço de imigração, no Aeroporto Internacional da Cidade do México.

A origem do problema alegada por uma agente da imigração mexicana, segundo Elias Santos, foi que o nome dele estava escrito de forma diferente no passaporte e no visto. "Com um pouco de atenção teriam observado que estava tudo certo", afirma. 

(Arquivo Pessoal / Divulgação)

(Arquivo Pessoal / Divulgação)

Visto mexicano concedida ao professor Elias Santos (Arquivo Pessoal / Reprodução)

Visto mexicano concedida ao professor Elias Santos (Arquivo Pessoal / Reprodução)

Visto mexicano concedida ao professor Elias Santos (Arquivo Pessoal / Reprodução)

“Me mandaram tirar o cadarço do tênis e entregar meu celular. Me separavam da minha esposa. Fomos para celas diferentes. Foi uma sensação de abandono”,  relembra o professor. 

Elias Santos viajou para participar da Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais, que é organizada pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso).

Depois de 6 horas preso, Elias relata que conseguiu contar sua história para um outro funcionário do serviço de imigração. “Pedi para que me escutasse. Contei que ia participar de um evento. Ele me pediu detalhes, inclusive o contato dos organizadores”, relembra Elias. 

“Depois de 12 horas, concluíram que nossa documentação estava  dentro da lei, pediram desculpas e soltaram a gente. Ainda pediram que a gente não ficasse com uma imagem negativa do México”, lamenta o professor. 

“Entendo que há uma vigilância maior das autoridades para que as pessoas não viagem para o México, para tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Mas é preciso dialogar, deixar as pessoas se explicarem” sugere Elias. 

Além da Universidade Federal de Minas Gerais, o professor diz que também recebeu ajuda do Ministério das Relações Exteriores. 

Bagagens
Depois de ser solto pela polícia, o casal precisou esperar duas horas para conseguir reaver a bagagem. “A companhia aérea só nos ajudou depois que postamos o problema nas redes sociais. As bagagens já estavam no voo que iria para o Brasil, conta Elias. 

Ainda tentando se recuperar do susto, o professor afirma que teme pelo embarque para voltar ao Brasil no próximo sábado (11). 

Em nota, a UFMG informou que, tão logo teve conhecimento da situação envolvendo a detenção de dois pesquisadores da Universidade - uma docente e um doutorando, mais sua esposa -, no último domingo (5), envidou todos os esforços possíveis, por meio da Diretoria de Relações Internacionais, para prestar assistência aos envolvidos e para a pronta resolução da situação. A entrada dos pesquisadores foi liberada na tarde de domingo.

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