ESTUDO DA UFMG

Pessoas que vivem em áreas verdes de BH têm menos risco de se tornarem obesas

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
11/10/2022 às 17:10.
Atualizado em 14/10/2022 às 14:16

Um estudo comparando o local de residência com a saúde dos moradores mostra que belo-horizontinos que vivem perto de áreas verdes têm 36% menos chance de serem obesos, por fatores que variam de prática esportiva à melhor saúde mental.

A pesquisa, que saiu na revista Health and Place, foi realizada pela pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especializada em Saúde Pública, Luciene Almeida, e é fruto de sua tese de doutorado que analisou como a área em que se reside pode interferir nas pessoas.

"Eu tive uma curiosidade em verificar como o ambiente no entorno dos cidadãos pode interferir na questão de saúde. Então, assim, surgiu a ideia de fazer o comparativo entre o meio ambiente e a obesidade", comentou a pesquisadora.

Apesar de áreas verdes e sobrepeso parecerem dois assuntos completamente diferentes, Luciene explicou que ão temas que podem ter uma relação próxima. "Existem alguns mecanismos para explicar essa relação. As áreas verdes, por exemplo, favorecem a diminuição da poluição, a amenização da temperatura e do estresse e ainda estimulam a prática de atividade física. Por isso, pessoas que moram próximas a alguma área verde são mais propensas a realizarem atividade física, diminuindo as chances de desenvolver obesidade".

A cientista da UFMG também ressaltou a importância de os centros urbanos disponibilizarem espaços arborizados. Segunda ela, não adianta aconselhar as pessoas a serem fisicamente ativas se não moram em um lugar que tenha estruturas que favoreçam a prática esportiva. "Focarmos em abordagens individuais é importante, mas não é suficiente para promovermos a saúde em nível populacional".

O estudo atual se baseia em imagens de satélite, fornecidas pelo Ministério do Meio Ambiente, que serviram para o calculado do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI, na sigla em inglês), que estima a quantidade de áreas verdes ativas.

Em locais com a maior presença de árvores e gramíneas, além de 36% menos chance de obesidade, moradores apresentaram risco 38% menor de excesso de gordura abdominal e 25% menos chance de apresentar níveis baixos do colesterol HDL, que é o tipo bom. Já os piores resultados foram observados nas vizinhanças sem nenhuma dessas vegetações.

A pesquisa se baseou em dados de 1.997 participantes belo-horizontinos do estudo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA), que tem o propósito de investigar a incidência e os fatores de risco para doenças crônicas, em particular, as cardiovasculares e o diabetes.

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