(Luiz Costa)
Uma advogada de 34 anos foi detida em flagrante, segundo a Polícia Militar, por tentativa de assassinato contra dois militares. De acordo com o boletim de ocorrência, a suspeita teria jogado o carro na direção dos agentes que caminhavam na rua Carmo do Rio Claro, no aglomerado Pedreira Prado Lopes, região Noroeste de Belo Horizonte.
Ao ser detida, conforme a PM, a mulher teria dito que "deveria ter passado na cabeça do policial". O caso foi registrado na noite dessa terça-feira (21) e, além das tentativas de assassinatos, a mulher recebeu três multas por fazer manobras bruscas, dirigir ameaçando pedestres e outros veículos.
A advogada rechaçou a versão registrada pela corporação e disse que está sendo perseguida por ter denunciado os dois militares envolvidos na ocorrência ao Ministério Público. Segundo a mulher, há nove meses os policiais teriam forjado drogas na casa de um cliente.
Por ter denunciado o abuso de autoridade, ela alega que está sendo acuada. "Estou sendo perseguida pela Polícia Militar. Tenho medo de morrer", declarou.
O caso
No boletim de ocorrência consta que os militares seguiam a pé para registrar um caso em um posto policial quando foram surpreendidos por um Honda Civic preto. Na versão da PM, a mulher ao volante teria jogado o carro em direção aos agentes e fugido em alta velocidade logo em seguida.
Ela teria sido perseguida, mas conseguiu escapar. No entanto, a polícia montou uma operação de busca e encontrou o veículo suspeito estacionado na Central de Flagrantes (Ceflan) 1, no bairro Floresta. Lá, a advogada foi detida.
Segundo a PM, testemunhas no local teriam presenciado o momento em que ela teria dito que deveria ter atropelado os policiais. A ocorrência foi registrada na própria Ceflan.
Ainda conforme a corporação, contra a mulher já haviam outras duas ocorrências. Uma, registrada em maio, por ameaça e calúnia. Em junho, ela teria sido fichada por desacato e desobediência policial. Em todas as situações, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram acionados para acompanhar as ocorrências.
Outro lado
A advogada contesta o texto registrado no boletim de ocorrência e, por sua vez, conta outra versão do caso. Ela disse que foi até o aglomerado buscar a mãe de uma cliente, quando viu a viatura no local e decidiu fotografar o carro oficial.
Neste momento, segundo a mulher, um dos policiais teria seguido em direção a ela com uma arma em punho. Com medo por já ter denunciado os militares, a advogada declarou que deixou o local em alta velocidade e seguido para a Ceflan.
Ainda segundo a advogada, mais duas pessoas estavam no carro e viram a cena. Ela nega a tentativa de atropelamento. "Eu fui para a Ceflan e fiquei lá o tempo todo. Queriam (os policiais) que eu saísse e, como me recusei, falaram que iam me dar voz de prisão por tentativa de assassinato", reclamou.