O ataque um ônibus no bairro Jardim Felicidade, na região Norte de Belo Horizonte, na manhã da última terça-feira (2) não tem ligação com a série de 7 incêndios a coletivos que vem ocorrendo na capital desde o fim de dezembro, segundo a Polícia Militar (PM). A corporação prendeu, na madrugada desta quarta (3) dois suspeitos, de 21 e 17 anos, que seriam responsáveis pela queima do último veículo. Outro homem, de 47 anos, que também teria participado da ação, está foragido. 

De acordo com o tenente Luciano Pires, do Batalhão Rotam, que atuou na operação, o crime teria sido uma retaliação à morte de um homem suspeito de praticar roubos no bairro São Bernardo. “É uma ação isolada. Os autores trocaram mensagens dizendo que estavam insatisfeitos com a morte de um amigo deles, alguns dias atrás. Esse indivíduo que morreu resistiu à prisão, trocou tiros com a Polícia Militar e, infelizmente, veio a óbito”, explica. 

A causa dos demais ataques está sendo investigada, mas, a polícia trabalha com a hipótese de que o crime estaria relacionado à conduta de agentes penitenciários no Complexo Prisional Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Nas ações, os suspeitos teriam deixado bilhetes afirmando que os incêndios eram formas de represália. 

Este foi o oitavo ônibus queimado na Região Metropolitana de Belo Horizonte em uma semana. Os policiais que atenderam a ocorrência do último incêndio encontraram um bilhete escrito pelos suspeitos indicando que a ação seria uma represália à morte do colega e dizendo que “iam tocar o terror e que o comércio da região deveria fechar”, conforme o tenente. “Só que a polícia foi até lá, de pronto, para patrulhar e garantir a segurança”, diz. 

Prisão

O adolescente suspeito de participar do crime foi preso em flagrante nesta madrugada na rua 37B, no mesmo bairro em que o ônibus da linha 1505 (Alto dos Pinheiros / Tupi) foi incendiado e ficou completamente destruído. O jovem caminhava pela rua por volta de 1h carregando um galão vazio, quando foi abordado por policiais. 

Ele indicou que forneceu o combustível para dois suspeitos, sobrinho e tio, de 21 e 47 anos, que teriam ateado fogo no coletivo. A PM foi até a casa dos homens e só encontrou o mais jovem. O tio fugiu pelos fundos do imóvel e a corporação segue com as buscas por ele. 

Foram apreendidos o galão e dois telefones. Nos aparelhos, os agentes encontraram troca de mensagem entre os suspeitos, atribuindo o crime à morte do amigo nos dias anteriores. Tanto o jovem quanto o adolescente foram presos e encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional. 

O policiamento na região Norte foi reforçado e o tenente ressalta que é importante que haja apoio da população. “Qualquer suspeita, a pessoa deve ligar para o disque denúncia, no 181”, lembra Luciano. 

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