
O treinador de futebol acusado de violentar sexualmente crianças e adolescentes dentro de um clube em Belo Horizonte foi indiciado por oito estupros de vulneráveis. O homem, de 56 anos, também pode responder na Justiça por assédio sexual e por expor pornografia para menores de idades.
O inquérito que investiga o caso foi concluído pela Polícia Civil nesta segunda-feira (16) e, agora, será analisado pelo Ministério Público. "Se somadas as penas, o acusado pode ser condenado por até 20 anos de reclusão", explicou a delegada Ana Patrícia Ferreira França, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).
De acordo com a polícia, as vítimas do treinador têm entre 7 e 15 anos. A investigação identificou que sete meninos e uma menina - que acompanhava os treinos - foram violentados sexualmente. Os crimes aconteciam dentro do centro de treinamentos, que fica no bairro Braúnas, na região da Pampulha.
O caso veio à tona em agosto deste ano, depois que o pai de um aluno tomou conhecimento dos estupros e denunciou o treinador. Na época, o suspeito foi preso preventivamente. Ele continua detido à disposição da Justiça.
Além dos depoimentos de 13 envolvidos nos abusos, a polícia também anexou ao inquérito exames de corpo de delito. A delegada informou que aguarda os resultados das perícias que estão sendo feitas em três celulares, um gabinete de computador, dois notebooks, cinco pen-drives, quatro CDs, três DVDs e um cartão de memória do treinador. O resultado, conforme França, pode apontar outros crimes praticados pelo homem.
Violência
Os estupros aconteciam dentro do campo, no vestiário e em outros locais de um clube no bairro Braúnas, onde as aulas eram ministradas. Quando foi preso, o suspeito teria confessado que tocou nos órgãos genitais de uma das vítimas, mas os relatos dos jovens indicam que houve, inclusive, conjunção carnal.
Ainda segundo a investigação, para atrair os menores, o suspeito pagava entre R$ 5 a R$ 10, além de usar da influência como treinador. Segundo os menores, os estupros ocorriam desde setembro de 2018. O homem era casado e não tinha passagem pela polícia.
A reportagem do Hoje em Dia não conseguiu contato com a defesa do treinador. O clube onde os abusos sexuais aconteciam disse, na época, que estava consternado com o crime. "Manifesta seu mais veemente repúdio aos lamentáveis acontecimentos. Diante do fato a Associação já está tomando as medidas cabíveis, como a demissão por justa causa do funcionário e a proibição de frequentar as dependências da associação", informou o clube, por nota.