‘Macumba? Tô fora’

Polícia investiga suposto caso de racismo e intolerância religiosa em prova de concurso da PBH

Vítima disse que demorou mais de quatro horas para registrar boletim de ocorrência: “descaso total! O racismo de todos os dias!”

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
11/12/2023 às 15:22.
Atualizado em 11/12/2023 às 15:50
 (Reprodução / Redes Sociais)

(Reprodução / Redes Sociais)

A Polícia Civil vai investigar denúncias de racismo e intolerância religiosa que teriam sido cometidos durante o concurso da Secretaria Municipal de  Educação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), momentos antes da prova. A queixa foi prestada por um professor contra uma das aplicadoras do exame.   

O caso teria ocorrido nesse domingo (10), na Escola Estadual Presidente Dutra, no bairro Horto, região Leste. Jonas Gonsalgo contou que ao passar pelo detector de metais, a mulher afirmou "você está escondendo alguma coisa dentro desse cabelo".

“Não o bastante, ela visualiza minha guia no meu pescoço e diz: "macumba? Tô fora". Detalhe: nada foi encontrado no meu corpo e nem no meu cabelo”, relatou o professor.

Após a prova, Jonas procurou a Polícia Militar. De acordo com ele, a espera por uma viatura chegou a uma hora e quarenta minutos. A PM não foi ao local, segundo o professor. 

Ele conta que foi orientado a procurar a Polícia Civil e registrar a denúncia na delegacia especializada em crimes raciais. Segundo o professor, foram mais duas horas na unidade para registrar o boletim de ocorrência. 

“Mais de quatro horas para registrar um BO, descaso total! O racismo de todos os dias!”,  desabafou o docente.

Em nota, a PBH disse que não compactua com qualquer ato de racismo ou intolerância religiosa e que a comissão responsável pelo acompanhamento do concurso não teve conhecimento dos fatos e irá acionar a Fundação Getúlio Vargas - responsável pela aplicação da prova - para os devidos esclarecimentos.  

A Polícia Civil informou que foi instaurado um procedimento investigatório para apurar os fatos e que a investigação será feita pela Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTFobia e Intolerância Correlatas em Belo Horizonte.

O Hoje em Dia entrou em contato com a FGV e aguarda retorno. 

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