Polícia investiga suposto caso de racismo e intolerância religiosa em prova de concurso da PBH
Vítima disse que demorou mais de quatro horas para registrar boletim de ocorrência: “descaso total! O racismo de todos os dias!”

A Polícia Civil vai investigar denúncias de racismo e intolerância religiosa que teriam sido cometidos durante o concurso da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), momentos antes da prova. A queixa foi prestada por um professor contra uma das aplicadoras do exame.
O caso teria ocorrido nesse domingo (10), na Escola Estadual Presidente Dutra, no bairro Horto, região Leste. Jonas Gonsalgo contou que ao passar pelo detector de metais, a mulher afirmou "você está escondendo alguma coisa dentro desse cabelo".
Após a prova, Jonas procurou a Polícia Militar. De acordo com ele, a espera por uma viatura chegou a uma hora e quarenta minutos. A PM não foi ao local, segundo o professor.
Ele conta que foi orientado a procurar a Polícia Civil e registrar a denúncia na delegacia especializada em crimes raciais. Segundo o professor, foram mais duas horas na unidade para registrar o boletim de ocorrência.
“Mais de quatro horas para registrar um BO, descaso total! O racismo de todos os dias!”, desabafou o docente.
Em nota, a PBH disse que não compactua com qualquer ato de racismo ou intolerância religiosa e que a comissão responsável pelo acompanhamento do concurso não teve conhecimento dos fatos e irá acionar a Fundação Getúlio Vargas - responsável pela aplicação da prova - para os devidos esclarecimentos.
A Polícia Civil informou que foi instaurado um procedimento investigatório para apurar os fatos e que a investigação será feita pela Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTFobia e Intolerância Correlatas em Belo Horizonte.
O Hoje em Dia entrou em contato com a FGV e aguarda retorno.