Porteiro baleado na Raja segue em estado grave; filha afirma que idoso não voltará ao trabalho

Anderson Rocha
13/12/2018 às 19:09.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:33
 (Montagem/ arquivo pessoal)

(Montagem/ arquivo pessoal)

O estado de saúde do porteiro baleado na Raja é grave e ainda há hemorragia devido ao ferimento. Por essa razão, a família pede que voluntários doem sangue para o homem, de 60 anos, que segue internado no Hospital João XXIII. 

Além disso, a filha do profissional afirmou ao Hoje em Dia que não permitirá que ele retorne à função. Ela ainda reclamou da pouca assistência da contratante do pai. 

José Pereira de Souza foi atingido no ombro no último dia 5, durante uma tentativa de assalto, em um prédio da avenida Raja Gabaglia, no bairro Luxemburgo, na região Centro-Sul da capital. Dois anos antes, o idoso foi baleado no mesmo edifício.  

De acordo com a filha, a balconista Suellen de Souza, de 28 anos, o pai pode receber qualquer tipo de sangue. Para ajudá-lo, é necessário agendar a doação diretamente com a Fundação Hemominas, pelo site ou telefone 155. Para tanto, a doadora ou o doador deve informar o nome do idoso (José Pereira de Souza) e o local onde ele está internado (João XXIII).

Segundo Suellen, a condição do senhor é grave. Nessa quarta-feira (12), o homem precisou ter a vesícula e uma parte do intestino retirados por complicações médicas. José segue sedado, em coma induzido e respirando com ajuda de aparelhos. 

"Ele perdeu muito sangue e ainda tem um pouco de hemorragia", afirmou a jovem. A expectativa do quadro médico é de que o homem demore até seis meses para se recuperar. 

Salvo pela segunda vez

Em conversa por telefone, Suellen afirmou que sente o coração doer ao lembrar dos últimos momentos. Pela segunda vez em dois anos, ela acompanha o pai passar pela situação de ser baleado enquanto trabalhava. Em 2016, o homem foi atingido após uma invasão ao mesmo edifício. 

Além da periculosidade inerente à função de ser porteiro em um prédio de luxo durante a madrugada, Suellen está ressentida com a contratante do pai, que não teria dado assistência e conforto ao homem. José trabalha para o condomínio há 30 anos. "Meu pai não volta para aquele lugar, estou revoltada", desabafa a filha, que queria ao menos um pouco mais de atenção da empresa. "Nessa hora, diante do que aconteceu, uma palavra de conforto é o mínimo. Dinheiro não é tudo", disse. 

Reflexo ou defesa do imóvel de luxo?

Esta reportagem questionou Suellen sobre como ela se sente por acompanhar o pai baleado novamente no mesmo local. Ele teria agido para tentar evitar o roubo de bens dos moradores? 

"Somos muito ligados e muito parecidos. O que posso te dizer, como filha, é que na primeira vez, há dois anos, meu pai realmente quis agir (para defender o prédio). Já dessa vez, eu entendo que meu pai tenha pensado que era o mesmo assaltante, da outra vez, que estava retornando para se vingar. Ele rendeu meu pai por trás. No impulso, ele reagiu", contou. 

Segundo ela, a família vem aconselhando o patriarca desde o primeiro acontecido para não reagir a assaltos e o pai já havia compreendido e concordado.

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