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Segunda-Feira,29 de Abril

Prefeitura rastreia falhas na saúde para enquadrar BH no "padrão Fifa"

Ernesto Braga - Hoje em Dia
05/07/2013 às 07:10.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:46

A faixa na entrada da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro 1º de Maio, na região Norte de Belo Horizonte, expressa a opinião do sindicato dos servidores municipais: “Prefeitura abandona o serviço de saúde de BH”.

Do lado de dentro, pacientes e acompanhantes têm o mesmo sentimento. “Há quase 24 horas meu filho está sentado em uma cadeira, no soro, sentindo dores, com suspeita de apendicite. Estou esperando o encaminhamento para o caso dele”, desabafou a balconista Joana Darc Barcelos, de 34 anos, por volta das 17h de quinta-feira (4).

Embora funcionários e usuários da rede municipal de saúde clamem, há anos, por melhorias, a Portaria 29/2013, publicada ontem pela Secretaria de Saúde da capital, determina o diagnóstico dos serviços de urgência e emergência de BH, públicos e privados, pensando no atendimento que será prestado na Copa de 2014.
Prevista para ser concluída na semana que vem, a análise é feita pela Vigilância Sanitária Municipal. São avaliados a qualidade dos equipamentos e dos materiais hospitalares, se a área física é adequada, se há mobiliário suficiente e os recursos humanos disponíveis, entre outros itens.

Padrão Fifa

Segundo Mara Machado Corradi, gerente da Vigilância Sanitária, a necessidade de os hospitais da capital oferecerem atendimento “padrão Fifa” se deve ao risco de “catástrofes e desastres” durante a Copa.

“O diagnóstico tem a ver com a Copa, mas as melhorias na saúde ficarão como um legado em benefício da população”, diz Mara.

A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel), Célia Lélis, teme uma “maquiagem” na saúde para o evento da Fifa, em julho do ano que vem. “Todas as carências que estão sendo analisadas são reivindicações antigas nossas. Quem mais precisa de atendimento de qualidade são os moradores de BH, e não os turistas”.

Para o doutor em gestão pública de saúde Cornelis Van Stralen, professor das faculdades de Medicina e de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG, vincular melhorias na saúde à Copa é um erro. “Uma coisa é melhorar o transporte que atende o Mineirão durante o evento. Em se tratando de saúde, esses investimentos deveriam ser permanentes”.

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