O prejuízo causado com os furtos de cabos de energia de semáforos, telefonia, TV e internet disparou 42% em apenas três meses na capital mineira. Mais de R$ 225 mil dos cofres públicos foram gastos para repor o material – maioria de cobre – levado por vândalos. Além do dano financeiro, serviços interrompidos têm deixado a população na mão.
Quem precisava ir ao Detran-MG, no bairro Funcionários, região Centro-Sul, terá que esperar até quinta-feira. Os atendimentos relativos a habilitação, exames médicos e infrações de trânsito foram suspensos, nessa segunda-feira (25), após o roubo de cabos. Os atendimentos serão remarcados, segundo a Polícia Civil.
Não foi informado quantos metros foram roubados. Mas, de janeiro a março, em toda a cidade, foram 25.445 metros, segundo a prefeitura. O número já representa 85% de todas as ocorrências do ano passado (29.973).
Em 2021, o prejuízo foi de R$ 158 mil. Conforme a PBH, a inflação elevou “significativamente” o preço dos materiais usados para reposição.
Riscos
A ação criminosa pode provocar acidentes de trânsito e colocar em risco a vida dos próprios assaltantes. No caso da Cemig, por exemplo, a rede de média tensão subterrânea trabalha com mais de 13 mil volts e a residencial com até 220 volts.
“Essas tensões são elevadas e as pessoas que se arriscam neste tipo de crime podem sofrer um choque elétrico muito forte e morrer. Eles não utilizam equipamentos de segurança e o conhecimento do sistema elétrico é rudimentar ou inexistente”, explica o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares.
Um levantamento da Cemig evidencia que o crime é recorrente na Grande BH. Em março, uma tentativa de furto de cabos, no Hospital das Clínicas, na região Leste, causou curto-circuito. A energia foi interrompida, atingindo a unidade de saúde. Cirurgias chegaram a ser desmarcadas.
Nesse mesmo mês, diversos bairros da região Centro-Sul de BH ficaram sem água. O abastecimento foi interrompido também devido ao furto de cabos.
Medidas
Na tentativa de restabelecido o serviço de forma rápida, a prefeitura de BH diz que existe um programa coordenado pelo Centro Integrado de Operações (COP-BH). O projeto atua de forma conjunta com vários órgãos como Guarda Municipal, PM, BHTrans e Cemig.
Segundo a Guarda Municipal, rondas “periódicas preventivas” são feitas por viaturas e agentes.
Para inibir o crime, a Cemig utiliza trancas e cadeados nas galerias da rede subterrânea. A companhia informou que está substituindo o cabeamento de cobre para alumínio.