Carnaval de BH

Primeiro ambulante a chegar para o cadastro está na fila há 30h: 'quero evitar tumulto'

Serão 10 dias de cadastro, entre os dias 16 e 26 de janeiro (exceto domingo), de 12h às 20h, que deve ser feito presencialmente no Colégio Marconi (rua Paracatu, 1.574, Bairro Santo Agostinho).

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
16/01/2024 às 11:08.
Atualizado em 16/01/2024 às 11:55

Ambulantes fizeram uma fila quilométrica no entorno do quarteirão da Escola Municipal Marconi, no bairro Gutierrez, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (16), para a entrega das credenciais para trabalhar no Carnaval da capital.

O credenciamento só começaria 12h, no entanto, a fila começou a se formar às 7h da segunda-feira (15). No local, quem espera há quase 30h pela credencial, reclama de ausência de banheiros químicos, água e até de venda de lugares na fila.

O garçom Kleber Ferreira Pinto, de 59 anos, foi o primeiro a chegar. Com os olhos vermelhos de sono, ele conta que não dormiu desde que chegou na fila, mas que a companhia da irmã e de alguns amigos ameniza o cansaço.  

Ele vai pegar a credencial pela terceira vez e decidiu ser o primeiro para evitar “confusão”. "Eu optei em chegar mais cedo porque ano passado foi muito bagunçado, muito tumultuado pra poder pegar a credencial. Não queria passar pelo que eu passei ano passado", descreve.

Além disso, ele quer fazer um curso gratuito de capacitação aos ambulantes, oferecido pelo Sistema Fecomércio-MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais, aos primeiros 3 mil ambulantes credenciados.

Kléber Ferreira foi o primeiro a chegar na fila. (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Kléber Ferreira foi o primeiro a chegar na fila. (Fernando Michel / Hoje em Dia)

À reportagem, ele contou que, na última edição, trabalhou cerca de 10h e faturou aproximadamente R$ 1.500 em cada dia da folia. Com o lucro conseguiu colocar as contas em dia e ainda fazer uma viagem com a esposa por cidades históricas de Minas.

Apesar de animado com as vendas no próximo mês, ele se preocupa com a concorrência. Neste ano, o número de credenciais distribuídas pela prefeitura será ilimitado. "O Carnaval de BH cresceu muito. Todo mundo aqui tá correndo atrás de uma credencial pra trabalhar na legalidade. Aí chega aqueles que vão trabalhar clandestino, sem credencial e atrapalhando aqueles que estão trabalhando legalmente", teme.

Iniciante

Já Ariane Sthéfani, 26 anos, chegou na fila às 20h de ontem, contou que trabalha atualmente como camelô, ouviu dizer de amigos que as vendas no Carnaval são boas e decidiu tentar pela primeira vez. Ainda assim, o medo da concorrência também assusta quem está chegando. 

“Como tem muitos parceiros na venda, fico meio receosa. Mas tá todo mundo esperançoso, dormimos na fila pra pegar a credencial e trabalhar certinho “, detalhou. 

 (Fernando Michel / Hoje em Dia)

(Fernando Michel / Hoje em Dia)

Reclamações

O Hoje em Dia questionou a Prefeitura de BH sobre as denúncias e, em nota, afirmou que o atendimento vai até 26 deste mês e que “não há necessidade de aglomerar antes do horário previsto”.

A PBH destacou ainda que todos os ambulantes interessados serão credenciados e que não há limite de credenciais. Neste ano, todo o processo de cadastramento foi facilitado em uma única etapa, na qual o ambulante se inscreve e já sai com a credencial no mesmo dia.

Idosos acima de 60 anos, gestantes, pessoas com deficiência, pessoas com crianças de colo, pessoas obesas e autistas têm prioridade na fila.

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