Primeiro exame descarta infecção de carrapatos em área com surto de maculosa em Contagem

Renata Evangelista
26/06/2019 às 12:27.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:16
 (Lorena Campos/SMS)

(Lorena Campos/SMS)

Os carrapatos colhidos na região que enfrenta um surto de febre maculosa, em Contagem, na Grande BH, não estão infectados com a bactéria da doença. A informação foi passada nesta quarta-feira (26) pela Secretaria de Saúde da cidade.

Conforme o órgão da prefeitura, exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) deram negativo, o que significa que nenhum parasita apresentava a bactéria causadora da febre maculosa. 

Agora, o executivo irá investigar de onde partiu a contaminação. Uma das hipóteses é que a febre maculosa pode ter sido transmitida por carrapatos grudados em cavalos dos moradores da região. Os animais estão entre os principais hospedeiros e transportadores do aracnídeo. "A Prefeitura de Contagem não descarta que há parasitas com bactéria causadora da febre maculosa na região. Novas coletas deverão ser feitas, por no mínimo um ano", informou.

O surto de febre maculosa em Contagem está concentrado na região do Nacional, onde 128 pessoas participaram de um mutirão de capina de um lote, no bairro Vila Boa Vista. Todas as vítimas infectadas pela doença, que é transmitida pelo carrapato-estrela, estiveram no lote. "Moradores alegaram que alguns cavalos teriam sido levados para uma cavalgada. Mas as pessoas que morreram por febre maculosa no bairro Vila Boa Vista não participaram do evento", disse a secretaria.

Casos

Até o momento, seis casos foram confirmados - sendo que quatro deles evoluíram para a morte. Outros 78 casos suspeitos estão sendo investigados.

Letalidade

A febre maculosa mata quatro a cada dez infectados. A enfermidade é mais comum entre junho e novembro, conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Nesses meses, a população de carrapato-estrela, transmissor da bactéria, aumenta devido ao ciclo de vida da espécie. A doença provoca febre alta, manchas na pele e dores no corpo.

Orientações

Pessoas que moram perto de áreas com possibilidade de existência do carrapato-estrela devem examinar o corpo a cada três horas, usar roupas claras e compridas, colocar barras da calça para dentro da meia e usar sapatos fechados. Outras orientações são:

- Se encontrar um carrapato no corpo, o recomendável é utilizar uma pinça e retirar o parasita pelo bico. Apertar o animal com os dedos pode fazer com que o sangue caia na corrente sanguínea do ser humano.
- Outro alerta é para as pessoas não matarem as capivaras. O carrapato-estrela é hospedeiro de animais que estão com sangue quente. Quando um animal morre, o carrapato procura outro ser vivo para se alimentar e o perigo pode se espalhar ainda mais.
- O abandono de animais em outras regiões também pode fazer com que a doença se espalhe. A responsabilidade pela higienização é dos donos.

Tratamento precoce é essencial

Ao primeiro sinal da doença, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente, já que o tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da febre maculosa e até mesmo a morte, segundo o Ministério da Saúde. Veja abaixo alguns sintomas:

- Febre acima de 39ºC e calafrios, de início súbito;
- Dor de cabeça intensa;
- Náuseas e vômitos;
- Diarreia e dor abdominal;
- Dor muscular constante;
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
- Gangrena nos dedos e orelhas;
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória;
- Além disso, com a evolução da febre maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

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