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O coronel Alexandre Lucas, da Defesa Civil de Belo Horizonte, concedeu entrevista coletiva na madrugada desta sexta-feira (6) sobre o plano de resposta à tragédia ocorrida no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Região Central do Estado. O primeiro objetivo, segundo ele, é socorrer e acolher os atingidos para só então buscar as causas e os responsáveis pelo desastre.
Na mesma entrevista o prefeito da cidade histórica, Duarte Gonçalves Júnior, afirmou que assim que o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, chegar em Mariana será decretada situação de emergência. A previsão é que Occhi desembarque em BH às 8 horas desta sexta. O ministro, inclusive, entrará em contato com a presidente Dilma Rousseff tão logo sobrevoar a região.
Ainda de acordo com o prefeito, cerca de 300 pessoas atuam na resposta à tragédia, sendo 100 na busca por sobreviventes e outras 200 em abrigos e centros de apoio. A maior parte é voluntária.
Com vasta experiência em tragédias semelhantes, o coronel Lucas foi convidado a ajudar na coordenação pelo prefeito. Ele afirma que neste primeiro momento é preciso oferecer as vítimas alimentação, abrigo e roupa. Cerca de 500 famílias - um número estimado de 2 mil pessoas - foram afetadas em ao menos sete distritos.
De acordo com o prefeito, as buscas permanecerão ao longo da madrugada. Ja no início da manhã, uma equipe ainda maior seguirá para a região. A imprensa acompanhará de perto a procura das vítimas. Outra preocupação dos bombeiros e defesa civil diz respeito a chuva que cai na cidade e em toda região prejudicando as buscas e deixando ainda mais frágil os terrenos atingidos.
O drama da espera
No Hospital Monsenhor Horta o clima é de apreensão e desespero. Muitas famílas aguardam na portaria do prédio qualquer notícia. Do outro lado, gestores, médicos e enfermeiros permanecem em silêncio. A única informação concreta, testemunhada pela equipe do Hoje em Dia, é de cinco pessoas que chegaram ao local - uma delas, no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Em contrapartida a solidariedade é descomunal. Gente que tem saído de casa e ido para porta do hospital e dos abrigos só para levar comida, café e o mínimo de consolo.
A expectativa é que o hospital, a partir da manhã desta sexta-feira, fique em caráter de urgência atendendo as vítimas do desastre. Nos bastidores, a informação é de que até mesmo o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja cortado.
Ainda na manhã desta sexta um boletim será divulgado pelo hospital.
Assista a trechos da coletiva: