Montes Claros

Professor é indiciado por importunar sexualmente cinco alunas; vítimas tinham ansiedade e depressão

Larissa Durães
De O Norte
27/03/2023 às 15:34.
Atualizado em 27/03/2023 às 15:35
O professor fazia prática de BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo) com as alunas (Reprodução/internet)

O professor fazia prática de BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo) com as alunas (Reprodução/internet)

Um professor do curso de história da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), de 46 anos, foi indiciado por crimes sexuais contra cinco alunas com idades entre 20 e 24 anos. O acusado abordava as suas vítimas, mulheres vulneráveis com ansiedade e depressão para falar sobre assuntos relacionados a cunho sexual, citando técnicas de BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo), propondo hipnose, sessões de relaxamento, na própria universidade.

A denúncia aconteceu depois que a coordenação do curso de história, enviou um relatório à Polícia Civil (PC), trazendo notícia de supostos crimes sexuais ocorridos com acadêmicas do professor. Então, “iniciou a partir de notícia de crime que veio da própria universidade”, disse a delegada Karine Maia da delegacia da mulher de Montes Claros. Os fatos apurados aconteciam desde 2019, segundo a PC. 
“O que me chamou mais a atenção foi que muitos dos atos ocorreram dentro da universidade. O fato de ocorrer dentro de uma universidade ganha uma cara diferente”, destacou a autoridade.
Perguntada sobre o perfil do acusado, a delegada explicou que se trata de “um professor universitário normal, com graduação elevada dentro da universidade”, destacando este fato. 

Para a delegada Karine Maia, o que mais chamou atenção foi que muitos dos atos ocorreram dentro da universidade (Larissa Durães / O Norte)

Para a delegada Karine Maia, o que mais chamou atenção foi que muitos dos atos ocorreram dentro da universidade (Larissa Durães / O Norte)

“Foram várias alunas abordadas pelo professor, que sempre marcava encontros na casa dele, e na Unimontes, tirando fotos não autorizadas e feitas dentro da universidade, em que estavam amordaçadas e vendadas. Então, o que mais chamou atenção foi a forma audaciosa, essa forma constrangedora que ele abordava as alunas”, ressalta a delegada. 

Universidade investiga
A Unimontes informa que após conhecimento dos fatos, em outubro do ano passado, determinou abertura de sindicância para a apuração das denúncias que concluíram para a abertura do Processo Administrativo Disciplinar (PAD). “O processo foi aberto e também nomeada comissão processante e os trabalhos encontram-se em fase de conclusão”, esclarece a universidade. 
Procura pelo, O Norte, a advogada do professor disse que não tinha autorização dele para falar sobre o caso, além do fato dela ainda não ter tido acesso ao inquérito. 
O professor, foi indiciado por cinco assédios sexuais, que tem pena de uma a dois anos. Uma importunação sexual, que é crime sem consentimento da vítima, que consiste em reclusão de um a cinco anos, e a dois crimes por registro não autorizado da identidade, que é quando tira a foto, mas não publica, com reclusão de seis meses há um ano e multa, caso ocorra à publicação, a pena é maior. “As penas que o autor irá subir, vai depender de várias circunstâncias, não dá para cravar se as penas serão mesmo essas. Pois, vai depender se o promotor vai confirmar as acusações, depende dos precedentes do acusado. A individualização da pena depende de vários fatores”, diz a delegada. 
Até o momento não tem pedido de prisão devido à colaboração da universidade e do autor com a investigação, por não ter nada que justifique a prisão, explica a delegada, que explica também que “a partir de agora, o autor que foi indiciado e o inquérito remetido à justiça, vai ter que esperar o promotor analisar o caderno de provas e decidir se vai oferecer denúncia confirmando ou não o indiciamento”, relatou.

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