Logotipo Rádio HED

Redação: (31) 3253-2226

Comercial: (31) 3253-2210

Redação: (31) 3253-2226 - Comercial: (31) 3253-2210

Hospital João Paulo II

Profissionais de saúde protestam em BH após enfermeira ser atacada com agulha 'contaminada por HIV'

Ato público no Hospital João Paulo II denuncia onda de violência e insegurança nas unidades de saúde

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 30/09/2025 às 11:58.Atualizado em 30/09/2025 às 14:47.

Trabalhadores da saúde pública de Belo Horizonte realizaram nesta terça-feira (30) um protesto em frente ao Hospital João Paulo II, no bairro Santa Efigênia, Centro-Sul da capital. A manifestação se deve ao ataque a uma enfermeira de 52 anos, atingida com uma seringa supostamente contaminada com HIV.

O ataque ocorreu no hospital durante a coleta de sangue do bebê da agressora, uma mulher de 25 anos. A criança, de apenas três meses, testou positivo para o vírus. Segundo o boletim de ocorrência, a mãe da criança, que é soropositiva, teria retirado o material utilizado no procedimento e perfurado a mão da profissional. 

A Polícia Civil (PC) informou que a suspeita teve a prisão em flagrante ratificada pelo crime de praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio (Código Penal, artigo 131).

Rotina de violência e traumas

Neusa Freitas, técnica de enfermagem e diretora executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), destacou que o caso é mais um episódio de violência nas unidades de saúde de Belo Horizonte.

“Ela está em uso da medicação, que a gente chama de coquetel. Ela está em casa extremamente abalada. Queríamos que ela estivesse aqui, mas ela não tem condições psicológicas para isso. E a nossa grande preocupação é porque já virou uma rotina essa onda de violência”, disse Neusa.

A diretora enfatizou a preocupação com o ataque ter ocorrido em uma unidade hospitalar referência em doenças infectocontagiosas, o que gera maior medo nos profissionais. “A preocupação da trabalhadora é muito maior, porque agora, mesmo com o uso da medicação, o trabalhador não fica tranquilo. Um absurdo o que aconteceu.”

Neusa Freitas informou que entidades sindicais, o Conselho de Enfermagem e o Ministério do Trabalho se uniram em uma campanha para chamar a atenção para a crescente violência. O objetivo é buscar junto aos órgãos públicos a adoção de medidas efetivas para coibir as agressões. “O que não dá mais é para simplesmente ficar por isso mesmo. Esse trabalhador, vítima da violência, fica traumatizado para o resto da sua vida”, concluiu.

Pesquisa revela altos índices de violência

Uma pesquisa feita pelo Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais apontou a gravidade da situação. O estudo, baseado em questionário online respondido por profissionais de enfermagem, revelou que 95% dos participantes disse já ter sofrido alguma violência no ambiente de trabalho. O levantamento indicou que a maior parte das agressões é assédio moral (45%), seguido por violência verbal (40%) e violência física (9%).

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por