Seis presos

Quadrilha que aplicava golpes em militares armazenava dados pessoais de mil possíveis vítimas

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
15/03/2023 às 12:28.
Atualizado em 15/03/2023 às 14:02
 (MPMG/Divulgação)

(MPMG/Divulgação)

A quadrilha que aplicava golpes em agentes das forças de segurança, militares da reserva e pensionistas mantinha armazenados dados pessoais de mil possíveis vítimas, a maioria idosos ou fazia tratamento contra alguma doença. Pelo menos 30 foram lesados e o prejuízo soma R$ 700 mil. Seis bandidos foram presos. A operação continua. 

Na lista dos estelionatários apreendida durante a ação desencadeada pelo Ministério Publico estavam CPF, RG, número da matricula na polícia e endereços das pessoas. As investigações ainda não descobriram como o bando teve acesso às informações. 

Uma das vítimas que caiu no golpe estava na fila de espera para realizar uma cirurgia. A quadrilha alegava que a pessoa tinha um valor a receber e que precisava pagar as custas do processo. 

De acordo com o promotor Petterson Queiroz Araujo, os golpistas eram bem estruturados. Eles entravam em contato com a vítima se passando por um advogado. "Diziam que ela poderia receber um valor em torno de 30 mil. Esse criminoso passava um número 0800 para que a vítima confirmasse os dados pessoais", contou.

Segundo o promotor, durante a ligação, o criminoso fingia ser um major da PM. "A partir daí, a vítima acreditava que tinha que receber o valor, mas precisava efetuar o pagamento das custas processuais. Para agilizar o processo, eles fingiam enviar uma correspondência para a vítima com os valores da cobrança. Como a carta não chegava, os criminosos pressionavam a vítima para fazer um depósito, dizendo que o tempo para retirar o dinheiro estava esgotando”, disse.

(Pedro Faria/Hoje em Dia)

(Pedro Faria/Hoje em Dia)

As contas eram criadas com o uso de documentos falsos. Quando o depósito era feito, o dinheiro era rapidamente retirado do banco não deixar vestígios. 

Um dos presos nesta manhã foi um homem que, em 2016, havia sido alvo de outra operação do MP sobre um golpe semelhante. Ele chegou a ser condenado em primeira instância, mas respondia pelo recurso em liberdade. 

As investigações indicaram que o grupo não fazia muitos investimentos com o dinheiro. Alguns dos líderes mantinham um padrão de vida acima do normal, mas a maioria dos membros gastava o dinheiro com festas e carros. 

O trabalho investigativo ainda não terminou. O Ministério Público quer saber se a quadrilha fez mais vítimas e busca outras pessoas que podem ter associação ao grupo.

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