Rápido atendimento a infartado pode reduzir riscos de danos ao coração

Flávia Ivo
fivo@hojeemdia.com.br
24/09/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:36
 (Pixabay/Divulgação)

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Silenciosamente, de forma lenta e assintomática, placas de gordura vão se formando dentro das artérias que irrigam o coração. Do lado de fora, nenhum sinal aparente, mas, de forma abrupta, uma delas entope causando sofrimento ao músculo no processo chamado infarto. Aguda, a situação requer atenção máxima e socorro imediato. Em 30% dos casos, os ataques são fatais. A cada minuto, uma pessoa em parada cardíaca sem auxílio perde 10% das chances de sobrevivência.

“Toda dor em aperto no peito, falta de ar de início súbito e inexplicado, acompanhada de sudorese e palidez, além de dor no braço esquerdo, deve ser levada ao serviço de emergência. São sintomas clássicos, mas nem sempre aparecem juntos. O que não dá é para ficar em casa, esperar chegar o dia seguinte para procurar o médico”, detalha Fernando Carvalho, coordenador do setor de cardiologia do Hospital Vera Cruz.

O tempo de atendimento é crucial também para minimizar riscos de danos ao coração. “Principalmente nas duas primeiras horas. Há a obstrução aguda do miocárdio, que perde o recebimento de oxigênio, fazendo as células morrerem, entrando em processo de irreversibilidade. Quanto mais tempo passar, maior será a perda de tecido, a quantidade de células mortas que poderão se transformar em cicatriz. Com isso, o indivíduo pode vir a ter o que chamamos de insuficiência cardíaca”, explica André Vale, cardiologista do Check Up do Hermes Pardini.

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O infarto é uma das doenças do coração responsáveis por quase um terço das mortes em todo o mundo. No Brasil, diferentemente de outros já desenvolvidos, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) ainda é prevalente em óbitos no comparativo com os ataques cardíacos.

“Um dos principais fatores é a hipertensão, que é admitida pelo brasileiro como uma doença comum, trivial. Por isso, há baixa adesão ao tratamento, além do pouco acesso à saúde no país”, coloca o cardiologista Fernando Carvalho.

No entanto, a pressão alta não é o único fator de risco para o desenvolvimento de um mal do coração. Alterações do colesterol, obesidade, tabagismo e o diabetes são também preocupantes. 

“Não é muita gente que valoriza o tratamento dessas enfermidades, que são crônicas, porque quase não se vê diferença com a ingestão dos remédios. São pouco sintomáticas. Mas, é importante chamar a atenção da população de que, na maioria das vezes, a doença do coração é consequência de fatores que atuaram durante anos para que ela se desenvolva”, destaca o médico do Hospital Vera Cruz.Editoria de Arte

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