Transporte público

Reajuste da passagem dos ônibus em BH é cinco vezes acima da inflação

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
20/04/2023 às 10:27.
Atualizado em 20/04/2023 às 10:29
 (Hoje em Dia)

(Hoje em Dia)

Daqui a quatro dias quem precisar pegar ônibus para se deslocar dentro de Belo Horizonte vai pagar mais caro. A passagem vai aumentar 33%, passando de R$ 4,50 para R$ 6. O reajuste cinco vezes acima da inflação foi definido ontem, após audiência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A medida acirra o embate entre o prefeito Fuad Noman e o presidente da Câmara Municipal Gabriel Azevedo.

Segundo a PBH, o valor da tarifa seguirá até que a Câmara aprove o projeto de lei que prevê novo modelo de remuneração às empresas. O reajuste voltou a ser discutido diante do fim do repasse do subsídio de R$ 237,5 milhões concedido pela prefeitura às concessionárias até 31 de março, que congelava as tarifas. As empresas alegam dificuldade de manutenção do sistema. 

Após o fim do repasse, o imbróglio se estendeu na Justiça. No começo de abril, as empresas do transporte receberam aval para cobrar R$ 6,90. A prefeitura recorreu e conseguiu retornar com o valor de R$ 4,50. 

Em nota, a PBH informou que vai arcar com parte dos custos. “A intenção é que a diferença entre as receitas e os custos do sistema seja paga pela Prefeitura, em função do quilômetro rodado. A conta é matemática e depende do montante financeiro disponível no orçamento”.

Para que a PBH ajude a custear parte das passagens, a CMBH precisa aprovar o Projeto de Lei encaminhado pelo Executivo para um novo repasse de R$ 476 milhões às empresas de ônibus.

Medida duramente criticada pelo vereador Gabriel Azevedo. Segundo o parlamentar, Fuad “se rendeu” aos empresários do transporte público. O presidente da Câmara ainda chamou o prefeito de covarde.

Gabriel disse que o Legislativo não vai aceitar o pagamento de quase meio bilhão sem uma contrapartida. 

“A decisão de aumentar a tarifa é exclusiva do prefeito, que poderia ter decidido o contrário. Condicionar esse valor, que mais se assemelha a um assalto, ao Poder Legislativo é uma história que não cola, pois a cidade sabe como os empresários de ônibus atuam em Belo Horizonte há anos. Quem se alinha ao empresariado de ônibus se coloca contra o povo”.

A reportagem solicitou à prefeitura um posicionamento e aguarda retorno.

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