
A Justiça aceitou nesta quarta-feira (19) o pedido de reconstituição do caso do delegado Rafael Horácio, que matou a tiros o motorista Anderson Cândido de Melo, após discussão de trânsito, em Belo Horizonte, em 26 de julho. O agente de segurança se tornou réu na segunda-feira (17) após o judiciário aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP).
A decisão é da juíza Bárbara Heliodora Quaresma Bonfim, do 1º Tribunal do Júri de BH. De acordo com o documento, o delegado será julgado por homicídio em audiência de instrução e julgamento do caso marcada para 9 de novembro de 2022, às 9h, no Fórum Lafayette.
Ainda conforme a magistrada, uma reconstituição do crime será marcada, mas a data permanecerá sob sigilo "para evitar aglomeração de pessoas".
O delegado está preso desde 30 de julho. A Corregedoria-Geral indiciou Rafael Horácio por homicídio qualificado e representou pela decretação da prisão preventiva. Também nessa segunda, a juíza Barbara Heliodora negou o novo pedido da defesa para revogação da prisão preventiva.
Relembre o caso
Uma discussão de trânsito teria motivado o disparo que causou a morte de Anderson Melo, segundo informações do boletim de ocorrência. O motorista do caminhão reboque teria fechado o carro em que estava o delegado, e os dois teriam começado a discutir. O caso aconteceu na avenida do Contorno, altura do Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Em depoimento, o policial civil alegou que agiu em legítima defesa. Segundo ele, a vítima teria fechado a viatura, que estava descaracterizada. O delegado teria, então, acelerado e parado à frente do caminhão e, em seguida, se identificado e ordenado que o motorista descesse do veículo.
O motorista do caminhão teria desobedecido e acelerado contra a viatura, momento em que o delegado atirou.
Anderson Melo chegou a ser socorrido no hospital João XXIII dentro de uma viatura do Denarc, onde passou por um procedimento cirúrgico. Mas não resistiu e morreu.