Réu de chacina com 5 mortes em Itabirito é condenado a mais de 125 anos de prisão em BH
Homem também foi julgado por quatro tentativas de homicídio, associação criminosa e ameaças; julgamento foi transferido para a capital devido à repercussão do caso

Foi condenado a mais de 125 anos de prisão o homem acusado de participação em uma chacina que deixou cinco mortos e quatro feridos em Itabirito, na Região Central de Minas, em 2020. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (22), no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, após o caso ter sido transferido da comarca de origem devido à grande repercussão. O réu cumprirá a pena em regime fechado.
De acordo com o Ministério Público (MPMG), o acusado integrava um grupo criminoso envolvido na disputa por pontos de tráfico de drogas nos bairros Padre Adelmo e Vila José Lopes. A motivação do crime teria sido o interesse em tomar o controle de uma área dominada por uma mesma família. Para isso, o grupo teria ameaçado moradores e, posteriormente, executado a chacina.
Segundo a denúncia, os autores cometeram os homicídios e lesões corporais por erro de execução - atingindo pessoas que não seriam os alvos diretos - e, mesmo sem sucesso na tentativa de domínio da área, voltaram a ameaçar outros dois rivais.
O crime aconteceu na noite de 8 de agosto de 2020, quando homens armados invadiram uma casa na Vila José Lopes e abriram fogo contra os ocupantes. Quatro pessoas morreram no local: dois homens, de 43 e 20 anos, e dois adolescentes, de 16 e 17. Uma quinta vítima faleceu posteriormente, após ser hospitalizada. Entre os feridos estavam duas mulheres, uma adolescente de 14 anos e uma criança de apenas 2 anos, que foi baleada, mas sobreviveu.
Investigações da Polícia Civil apontaram que cinco pessoas participaram da ação criminosa: quatro chegaram em um carro e um quinto suspeito, de moto. A chacina teria sido planejada cinco dias antes, mas adiada porque um dos criminosos foi baleado acidentalmente no dia em que o plano seria executado.
O Conselho de Sentença acolheu integralmente as acusações do MPMG. O réu foi condenado por cinco homicídios duplamente qualificados, quatro tentativas de homicídio nas mesmas circunstâncias, sete ameaças e associação criminosa.
Além do réu julgado nesta semana, outras cinco pessoas também foram denunciadas no processo. Quatro delas já foram julgadas: uma foi condenada a 46 anos e seis meses de reclusão; outra, a 19 anos de prisão; e dois receberam penas menores, entre um ano e cinco meses e um ano e 10 meses, por crimes de associação criminosa, ameaça e lesão corporal leve. Um quinto acusado ainda aguarda julgamento.
*Estagiária, sob supervisão de Ana Paula Lima
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