Risco de deslizamentos é ampliado para todas as regiões de BH até sexta-feira

Bruno Inácio; Daniele Franco; Renata Galdino
horizontes@hojeemdia.com.br
27/01/2020 às 08:25.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:26
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Os moradores da capital terão mais uma semana de atenção redobrada por conta das chuvas. Mesmo com a redução das precipitações nos últimos dois dias, todas as nove regionais da cidade estão em alerta para o alto risco de desabamentos e deslizamentos de terra. A situação, segundo as autoridades, pode piorar se a previsão de mais temporais se confirmarem.

A ameaça é potencializada porque o solo já está bastante encharcado, destaca a prefeitura. Sair de casa é a recomendação para quem ainda está vivendo em imóveis que apresentam problemas ou podem ser atingidos pela lama de barrancos. A medida visa a evitar tragédias como a registrada no bairro Jardim Alvorada, na região Noroeste da metrópole. Lá, cinco pessoas morreram no último sábado. 

Quatro eram mãe e filhos que, um dia antes, haviam sido retirados das moradias pela Defesa Civil Municipal e encaminhados para uma pousada alugada pela prefeitura. Porém, por decisão própria, a família retornou para a moradia à noite. Horas depois, a casa onde estavam foi completamente soterrada pela lama. O corpo de um vizinho também foi encontrado sob os escombros.

Sinais de perigo

Trinca nas paredes, água empoçando no quintal, portas e janelas emperrando, rachaduras no solo, água minando na base de barrancos e inclinação de postes ou árvores. Esses são sinais de problemas e, conforme as autoridades, a Defesa Civil deve ser imediatamente acionada.

A orientação é deixar o imóvel imediatamente. Em seguida, ligar para 199 ou 156 e aguardar pelo socorro. “É um alerta importante. Se algum órgão solicitar a saída, não retorne ao local até que receba a comunicação oficial de que é seguro voltar”, reforça a PBH.

Mais precipitações

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as tempestades devem continuar, pelo menos, até a próxima quinta-feira. “Acreditamos que este será o mês mais chuvoso em Belo Horizonte desde o início das medições, em 1910”, afirmou o meteorologista Cleber Souza. Segundo ele, neste primeiro mês do ano já foi registrado um volume de 807 milímetros (mm) na capital. 

Mortes no período chuvoso em Minas saltam para 56

O número de mortes neste período chuvoso, iniciado em outubro passado, já chega a 56 no Estado. Do total, 44 óbitos foram registrados apenas da última quinta-feira até agora. Há, segundo a Defesa Civil mineira, 19 pessoas desaparecidas.

BH é a cidade com o maior número de vítimas: 13. Betim e Ibirité, ambas na região metropolitana, aparecem em seguida com seis e cinco, respectivamente.

Mortes também foram registradas em Alto Caparaó, Simonésia e Alto Jequitibá (três em cada uma) e Luisburgo e Pedra Bonita (2) – confira a lista completa. Em todo o Estado há 13.887 desalojados, 3.354 desabrigados e doze feridos em decorrência dos incidentes provocados pelos temporais.

Situação de emergência

O governador Romeu Zema decretou luto oficial de três dias em decorrência das mortes. Em 47 municípios, o chefe do Executivo declarou situação de emergência devido aos danos humanos e materiais.

Ontem, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, esteve em Minas e prometeu celeridade no repasses de recursos, mas evitou cravar valores e prazos para a liberação dessas verbas. (Com Lucas Borges)


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