Lago de Furnas

Rocha caiu em Capitólio por ações geológicas, diz Polícia Civil, que faz recomendações de segurança

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
05/03/2022 às 17:08.
Atualizado em 05/03/2022 às 17:14
 (Divulgação/CBMMG)

(Divulgação/CBMMG)

Em coletiva de imprensa realizada nessa sexta-feira (4), a Polícia Civil (PC) de Minas Gerais apontou que uma sequência de eventos geológicos levou à queda da rocha no lago de Furnas, em Capitólio, Sul do Estado, em 8 de janeiro, que resultou na morte de 10 pessoas.

Foram apontados fatores de risco como processo erosivo a partir da base do bloco, extensa fratura aberta na região superior da rocha (que permitia infiltração) e o fluxo de água da cachoeira que atinge a estrutura rochosa.

“O bloco de quartzito tombou porque perdeu a sua sustentação devido ao processo erosivo, que removeu a massa que dava sustentação ao bloco. A perda de sustentação fez com que esse bloco buscasse um novo ponto de equilíbrio. Ele tenta se acomodar e, nessa acomodação, as fraturas da região basal e lateral, que mantinham esse bloco afixado no maciço, rompem-se. A partir do momento que o deslocamento sai do apoio da sua base, qualquer bloco, a tendência é tombar”, disse o perito Otávio Guerra, especialista em Geologia da PC, na coletiva de sexta.

Para aumentar a segurança dos turistas que frequentam a região dos cânions do lago de Furnas, a Polícia Civil elaborou uma lista com 10 sugestões que será encaminhada aos órgãos e às instituições responsáveis pelo licenciamento de atividades e fiscalização da região:

  • Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ou outros profissionais especializados no ramo, e sua demarcação em campo e em planta
  • Redução no número de embarcações nos cânions, que deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro
  • Implementação do selo de identificação nas embarcações, que será fornecido pelo Poder Público Municipal (após análise das condições físicas, documentos e existência de seguro de vida) e deverá ser fixado na embarcação para facilitar a fiscalização
  • Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações – cadastro deverá ser armazenado nos respectivos píeres
  • Uso obrigatório de colete (em toda represa) e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes
  • Maior integração entre os órgãos/instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos
  • Proibição de passeios turísticos na região quando da comunicação de advertência pela Defesa Civil
  • Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental
  • Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos
  • Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança

(*) Com Agência MInas.

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