Caiçaras

Rua de BH enfeitada de verde-amarelo para a Copa chama a atenção com faixa que diz: 'Não é política'

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hojeemdia.com.br
17/10/2022 às 21:17.
Atualizado em 17/10/2022 às 21:26
Faixa pendurada na rua do Caiçaras que está enfeitada para a Copa 2022 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Faixa pendurada na rua do Caiçaras que está enfeitada para a Copa 2022 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Uma rua enfeitada de verde e amarelo no Caiçaras, região Noroeste de Belo Horizonte, tem chamado a atenção de quem passa por lá. O local está enfeitado com as cores da bandeira nacional devido à Copa do Mundo de 2022, que acontece a partir de 20 de novembro no Catar, no Oriente Médio.

Além do chão pintado e das bandeirinhas penduradas, uma faixa com os dizeres "Não é Política, é Copa" avisa que, por ali, não existe apoio a Jair Bolsonaro (PL) ou a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidatos que disputam a eleição para presidente da República.

O engenheiro Júlio Freitas, que é filho do comerciante Zelino Correira de Freitas, conta que a tradição de decorar a rua Francisco Bicalho existe muito antes da polarização política.

"Meu pai tem o costume de enfeitar a rua desde 1994 e acabei herdando a tradição dele. Já é nossa sétima Copa do Mundo consecutiva fazendo a decoração. Para nós, é uma forma de preservar a memória afetiva, nos relacionar com as pessoas do bairro e marcar um momento importante para o nosso futebol", disse Júlio.

Segundo ele, mesmo não tendo intenções políticas, a decoração acaba mexendo com os ânimos de ambos os lados da disputa.

"Quem apoia o Bolsonaro buzina em sinal de comemoração e, quem apoia o Lula, acaba lamentando o suposto apoio. Por isso, fizemos questão de colocar a faixa desde o início de outubro, quando começamos a montar os enfeites", comentou.

De acordo com Júlio Freitas, muitas pessoas questionam o fato de a decoração estar pronta desde o começo de outubro, sendo que a competição só começa em 20 de novembro. Mas ele fez questão de explicar.

A rua também está participando de um concurso nacional neste ano (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

A rua também está participando de um concurso nacional neste ano (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

"Estamos participando de um concurso nacional ao lado de outras cinco ruas enfeitadas para a Copa. A competição é promovida por uma marca de cervejas e uma de tintas, e temos prazo para terminar a decoração e enviar as fotos. É por isso que terminamos tão cedo", justificou o morador. 

É a primeira vez que a rua participa de um concurso e a disputa ajudou a reforçar o estoque de tintas usadas para colorir o pavimento.

"Meu pai tem uma loja de materiais de construção e, geralmente, bancava a decoração sozinho. Neste ano, por causa do concurso, ganhamos as tintas e estamos usando a verba que temos para adquirir outros itens, como as bandeirinhas", contaou Júlio Freitas.

Até uma página nas redes sociais foi criada para que as pessoas possam curtir as fotos e demonstrar publicamente o apoio ao local.

Segundo o pai dele, Zelino, a rua permanecerá pintada, seja qual for o resultado das eleições. "Geralmente fica de 30 a 60 dias, dependendo do resultado da Copa", disse o coemrciante.

Zelino Correira de Freitas pinta a rua Francisco Bicalho desde 1994 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Zelino Correira de Freitas pinta a rua Francisco Bicalho desde 1994 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Ele também comemorou que, apesar das disputas políticas, muita gente tem se mobilizado para ajudar a deixar a rua com as cores do Brasil.

"Cerca de 50 pessoas já se envolveram, seja fornecendo matéria-prima ou ajudando a pintar. Uma dia desses um motoqueiro parou e ofereceu ajuda. É um movimento muito bacana", garantiu. 

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