
As pichações deixadas na Escola Municipal José Silvino Diniz, em Contagem, podem fazer referência a um jogo chamado "Bully". A suspeita, levantada por autoridades e professores, consta inclusive no boletim de ocorrência da Polícia Militar. No desafio do videogame, o objetivo é dominar uma instituição de ensino.
A unidade foi atacada por vândalos na madrugada desta terça-feira (29). Uma página anônima no Instagram, com o nome escola José Silvino Diniz, também faz referência ao jogo. No perfil, com 76 seguidores, o autor descreve que se sente “uma réplica de Bully”. Nas postagens, imagens do jogo, gravações feitas dentro da escola e até a filmagem de uma arma.
“Conheço esse jogo e algumas colegas ajudaram a identificar que havia essa página no Instagram, que faz referência ao “Bully” e a ações empreendidas pelos estudantes dentro da escola”, contou um professor, que não quis ser identificado.
O caso é investigado pela Polícia Civil. As aulas na escola estão suspensas. Os vândalos quebraram carteiras, vidraças e equipamentos. Além disso, picharam referências ao nazismo nas paredes, como desenhos da suástica, o nome de Hitler e algumas ameaças.
Jogo
Criado em 2006, "Bully" é jogo de videogame, disponível também para smartphones e computador.
Na descrição do jogo, a produtora americana Rockstar Games define o personagem principal de “Bully” como “um estudante endiabrado”.
“Você enfrentará valentões, será bode-expiatório de professores, irá pregar peças, ganhar ou perder a garota e finalmente aprender a superar os obstáculos da pior escola da área, a Bullworth Academy - uma escola preparatória corrupta e aos pedaços com falsa fama de ser ética”, cita a descrição.
O personagem principal do desafio, Jimmy Hopkins, é descrito como um adolescente abandonado pela mãe, que foi expulso de todas as escolas por que passou e “trabalha para conseguir subir na escala social da instituição decadente”.
De acordo com a produtora, “se Jimmy conseguir sobreviver ao ano escolar e for mais esperto que os seus rivais, ele poderá controlar a escola”.
Para o professor, o ataque ao ambiente escolar é mais um caso que reflete o aumento da violência dentro das escolas, observado em todo país, e que deve ser tratado com ações pedagógicas junto aos estudantes.