violência

Saiba o que é o ‘Bully’, jogo citado nas pichações da escola vandalizada em Contagem

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
Publicado em 29/11/2022 às 14:28.Atualizado em 29/11/2022 às 15:06.
 (Reprodução / Redes Sociais)
(Reprodução / Redes Sociais)

As pichações deixadas na Escola Municipal José Silvino Diniz, em Contagem, podem fazer referência a um jogo chamado "Bully". A suspeita, levantada por autoridades e professores, consta inclusive no boletim de ocorrência da Polícia Militar. No desafio do videogame, o objetivo é dominar uma instituição de ensino.

A unidade foi atacada por vândalos na madrugada desta terça-feira (29). Uma página anônima no Instagram, com o nome escola José Silvino Diniz, também faz referência ao jogo. No perfil, com 76 seguidores, o autor descreve que se sente “uma réplica de Bully”. Nas postagens, imagens do jogo, gravações feitas dentro da escola e até a filmagem de uma arma.

“Conheço esse jogo e algumas colegas ajudaram a identificar que havia essa página no Instagram, que faz referência ao “Bully” e a ações empreendidas pelos estudantes dentro da escola”, contou um professor, que não quis ser identificado. 

O caso é investigado pela Polícia Civil. As aulas na escola estão suspensas. Os vândalos quebraram carteiras, vidraças e equipamentos. Além disso, picharam referências ao nazismo nas paredes, como desenhos da suástica, o nome de Hitler e algumas ameaças. 

Jogo

Criado em 2006, "Bully" é jogo de videogame, disponível também para smartphones e computador. 

Na descrição do jogo, a produtora americana Rockstar Games define o personagem principal de “Bully” como “um estudante endiabrado”.

“Você enfrentará valentões, será bode-expiatório de professores, irá pregar peças, ganhar ou perder a garota e finalmente aprender a superar os obstáculos da pior escola da área, a Bullworth Academy - uma escola preparatória corrupta e aos pedaços com falsa fama de ser ética”, cita a descrição.

O personagem principal do desafio, Jimmy Hopkins, é descrito como um adolescente abandonado pela mãe, que foi expulso de todas as escolas por que passou e “trabalha para conseguir subir na escala social da instituição decadente”. 

De acordo com a produtora, “se Jimmy conseguir sobreviver ao ano escolar e for mais esperto que os seus rivais, ele poderá controlar a escola”.

Para o professor, o ataque ao ambiente escolar é mais um caso que reflete o aumento da violência dentro das escolas, observado em todo país, e que deve ser tratado com ações pedagógicas junto aos estudantes.

“Tem essas situações externas que afetam os estudantes, esses jogos, esses grupos, que têm fomentado essas ações, inclusive grupos neonazistas. (...) Temos que pensar o que podemos trabalhar pedagogicamente com esses estudantes, pra ver uma outra possibilidade de cultura, de paz, de amor, de solidariedade, de fraternidade, que é o que a gente está precisando”, propõe o educador. 
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