
Na tentativa de frear o avanço da Covid-19 em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil determinou mudanças no funcionamento da cidade em diversas frentes. Há uma semana, mais um “lockdown” foi iniciado na cidade, que passou a permitir apenas as atividades consideradas essenciais. Hoje, porém, novas e mais duras medidas entram em vigor.
Nos bares e restaurantes, onde antes os clientes retirar a comida no local, agora só será permitido o delivery. As portas dos estabelecimentos precisam ficar fechadas durante o expediente. Lojas de conveniência, em postos de gasolina, só poderão atender de segunda a sexta, até às 18h. Carros de lanches nas ruas foram vetados.
Além disso, a prefeitura determinou que o comércio varejista da construção civil não será mais considerado essencial. Cursos de idiomas e de artes também não têm autorização para receber os alunos. Ainda conforme a PBH, nada de cultos em templos religiosos.
Para que as medidas sejam cumpridas, Kalil afirmou que ações de fiscalização nas ruas de BH serão “implacáveis”. Equipes volantes integradas – compostas por fiscais, agentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar - vão circular pelas vias. A PM também intensificará as ações durante blitze.
No sábado, entrou em vigor a medida que proíbe a utilização de praças e pistas de caminhadas. Todas as novas determinações valerão por tempo indeterminado.
Futuras mudanças
Kalil anunciou, ainda, que a prefeitura irá mirar ações de fiscalização em prédios comerciais para coibir o funcionamento de escritórios e outras atividades neste momento que é considerado o mais crítico da pandemia na capital. Será feito um estudo, que deve ser apresentado em até 10 dias. O objetivo é aliviar o fluxo de passageiros no transporte municipal.
Análise
Na semana passada, um vídeo do infectologista Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Covid, chamou a atenção da população. O especialista disse uma “crise funerária” ainda poderá ocorrer, diante do avanço do novo coronavírus.
“Belo Horizonte, mesmo com o preparo que tivemos, pode colapsar”, disse. Segundo ele, diversas cidades do Estado já dobraram a quantidade de sepultamentos diários. “A projeção, em meados de abril, é que tenhamos três mil mortes por dia. E vai ficar nesse platô por um tempo”, afirmou o especialista.
O médico ainda destacou que o sufoco no sistema de saúde tende a desencadear uma queda na qualidade de assistência aos pacientes, aumentando a mortalidade da doença.
O que não pode mais funcionar a partir desta segunda:
- Cultos e missas em templos religiosos;
- Comércio varejista da construção civil
- Atividades educacionais (línguas, dança, arte)
- Carros de lanches nas ruas;
Além disso:
- Restaurantes só por delivery (proibido entrega no local)
- Lojas de conveniência só de segunda a sexta, até 18h;
O que pode funcionar:
- Serviços de saúde, farmácias, laboratórios, clínicas, hospitais, óticas;
- Supermercados, hipermercados, padarias, sacolões, mercearias, hortifrutigranjeiros, armazéns, açougues;
- Postos de combustível para veículos automotores;
- Agências bancárias;
- Casas lotéricas;
- Agências de correios e telégrafos;
- Bancas de jornal e revista;
- Unidades de Atendimento Integrado do Estado de Minas Gerais
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