
Bolo, balões e uma salva de vaias marcaram o “aniversário” de interdição do Túnel do Ponteio, no km 3,1 da BR-356, no bairro Santa Lúcia, Zona Sul de Belo Horizonte. O local está bloqueado há sete meses, quando foi danificado por uma forte enxurrada.
O protesto irônico aconteceu neste sábado (14) e reuniu moradores, lideranças civis, associações de bairros e empresários, prejudicados com a demora para início das obras de reparação.
Segundo o presidente da Associação Pró-Moradores do Bairro São Bento (Amo São Bento), Rogério Oliveira de Rezende, a obstrução do viaduto obriga os motoristas a seguirem pela rodovia para fazer o retorno no BH Shopping, o que aumenta o percurso em cerca de quatro quilômetros.
Para o coordenador do lava-jato localizado dentro do shopping Ponteio, Luiz Gustavo Carvalho, o problema mais grave é que os funcionários são obrigados a se arriscar para atravessar a rodovia entre os carros. “É muito perigoso passar por dentro do viaduto desativado. Já soube de seis colegas que foram assaltados lá”, conta.
O presidente da Comissão de Direito da Construção da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais (OAB-MG), Francisco Maia Neto, apoiou o protesto. “Se qualquer cidadão ficar sete meses sem pagar impostos, ele será cobrado. Mas esse é o tempo que o governo os deixa com o direito de ir e vir cerceado e com a segurança comprometida”, enfatizou Neto.
Em nota, o Dnit informou que publicou edital para contratar uma empresa para reparação de quatro pontos da rodovia, incluindo o Túnel do Ponteio, mas problemas documentais atrasaram o processo licitatório.
Segundo o órgão, a estimativa é a de que, em 20 dias, haja uma definição sobre a firma vencedora, “que imediatamente assinará contrato e iniciará as obras, com duração aproximada de dois meses”. Ainda de acordo com o Dnit, a obra está orçada em R$ 4 milhões.