Secura predominará em setembro com temperatura acima da média

Bruno Inácio e Malú Damázio
02/09/2019 às 20:21.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:23
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Moradores da Grande BH que sentiram o efeito do forte calor e da baixa umidade do ar nos últimos dias podem se preparar. Apesar de o inverno só terminar em 23 de setembro, a temperatura máxima deve ficar em torno dos 31°C ao longo do mês, ultrapassando a média histórica. O índice é 4°C maior do que o esperado para o período.

No domingo, os termômetros bateram recorde nesta estação em 2019, marcando 33°C na capital. A metrópole completa hoje a marca de 90 dias sem chuvas significativas em todas as regionais. A estiagem prolongada se arrasta desde 4 de junho.

A secura é resultado da ação de uma massa de ar quente, que deve atuar fortemente no território mineiro pelo menos durante essa primeira quinzena. Com isso, a umidade permanecerá baixa, por volta de 30%, à tarde.

De acordo com o meteorologista do Climatempo, Ruibran dos Reis, a predominância dessas condições atmosféricas deve fazer com que a temporada de chuva chegue mais tarde, no fim de outubro. 

Já a especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Minas, Anete Fernandes, diz que o calorão é comum nesta época. “Estamos caminhando para a primavera, quando temos as maiores temperaturas do ano no Estado. Setembro e outubro são os meses que registram as máximas mais altas. Então, a tendência é que fique mais quente mesmo, o que não impede que a gente ainda tenha algum episódio de frio”, afirma.

“Nesse tempo seco, as crianças precisam de atenção especial. Elas gostam de brincar ao ar livre, o que é muito saudável. Mas a baixa umidade do ar é prejudicial. Por isso, é interessante intercalar, preferindo a manhã ou o fim da tarde. Quando possível, é bom deixar que elas tomem banhos de mangueira, entrem em piscinas. Brincar com água faz bem ao organismo. Como as crianças não costumam beber água sempre, uma dica é deixar uma garrafinha por perto e incentivá-la a tomar. Para evitar a resistência, a ingestão de líquido pode ser trocada por frutas como melancia, abacaxi e laranja. Sucos e vitaminas refrescam e, ao mesmo tempo, têm muita qualidade” (Wilson Rocha Filho, pediatra do Hospital João Paulo II e pneumologista)

Alerta

A combinação de altas temperaturas e tempo seco deixa o organismo vulnerável. Professora de Enfermagem das Faculdades Promove, Débora Cristine Gomes Pinto alerta que, além dos problemas respiratórios, diarreias e tonturas são mais frequentes devido à desidratação. “A água é um elemento essencial para evitar essas situações”, lembra.

Para equilibrar a saúde, alguns hábitos podem ser substituídos. Em vez do café, o lanche pode ter outra opção. “O café é diurético, o que exige muito do organismo. Por outro lado, o suco natural tem efeito contrário”.

O pediatra Wilson Rocha Filho, especialista em pneumologia, acrescenta que as crianças sofrem muito com as doenças respiratórios – resultado das mucosas ressecadas. Ele também reforça que a orientação é “abusar” da água.

“Uma dica que costumamos dar aos pais, e que serve para todos, é observar a urina. Normalmente, quando estamos com falta de água no organismo, ela tem um odor e cor forte”, explica.

Já Lucas Miranda, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), chama a atenção para a exposição inadequada ao sol. “Pode causar manchas no corpo e até câncer de pele. Na bolsa ou mochila, é essencial carregar filtro solar, óculos de sol e até uma sombrinha”. Renato Fonseca

Incêndio consumiu vegetação às margens da avenida Beira Rio, em Santa Luzia, no fim de semana

Queimadas

Além de agravar problemas respiratórios, a estiagem tem como consequência direta a maior facilidade de propagação de queimadas. Neste ano, antes mesmo do período mais crítico, os Bombeiros receberam 30% a mais de chamados. De janeiro a julho, foram 8,9 mil incêndios debelados, contra 6,8 mil nos primeiros sete meses de 2018. No último fim de semana, várias ocorrências foram registradas, principalmente na região metropolitana de BH.

Em Santa Luzia (foto), moradores do bairro Moreira e do Centro Histórico passaram por momentos de pânico na noite de domingo. Um incêndio de grande proporção, visto às margens da avenida Beira Rio, deixou um rastro de destruição. O fogo demorou horas para ser controlado. A fumaça ainda era visível na manhã de ontem.

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