Sem-terra acampam em frente ao fórum contra adiamento de julgamento da "Chacina de Felisburgo"

Jefferson Delbem - Hoje em Dia
14/05/2013 às 17:13.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:40

Quase 500 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) estão acampados em frente ao Fórum Lafayette, no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na tarde esta terça-feira (14). Os manifestantes querem protestar contra o adiamento do julgamento do fazendeiro Adriano Chafik, que estava previsto para acontecer nesta quarta-feira (15), mas foi adiado pela terceira vez. A categoria informou que só deixará o local "quando a Justiça for feita e remarcarem nova data de audiência". Um dos diretores estaduais do MST, Silvo Neto, disse que além da remarcação do julgamento, os integrantes pedem a prisão preventiva de Chafik, que é acusado de comandar a Chacina de Felisburgo. No massacre, cinco trabalhadores rurais foram executados e outros doze ficaram feridos. Além disos, eles querem assentamento das famílias na cidade onde ocorreu o crime. "Vamos ficar por aqui o tempo que for necessário. Temos onde dormir e alimentos, só iremos deixar o local quando o juiz resolver nos escutar", afirmou.    A BHTrans informou que o trânsito na avenida Augusto de Lima, onde estão os manifestantes, está lento em ambos os sentidos.   Chacina   Conforme denúncia do Ministério Público, no dia 20 de novembro de 2004, possivelmente a mando do latifundiário Adriano Chafik e seu primo Calixto Luedy, 17 homens invadiram o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, e promoveram um massacre. Cinco pessoas foram assassinadas e 12, entre elas um adolescente, na época com 12 anos, ficaram feridas.    O dirigente nacional do MST, Ênio Bohnenberger, disse que o movimento espera uma atitude das autoridades para que os responsáveis pela tragédia sejam punidos. "Queremos que a sociedade relembre o caso, pois esse tipo de massacre acontece devido ao sentimento de impunidade. E que aconteça uma pressão para que os envolvidos sejam punidos”.   O réu, que confessou participação no crime, aguarda o julgamento em liberdade.

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