Médicos e enfermeiros do Hospital das Clínicas em Belo Horizonte, além de servidores do setor administrativo, iniciaram nesta terça-feira (19) uma greve por tempo indeterminado. Além de reajuste salarial, a categoria reclama da falta de materiais para atender à população. Todos os grevistas são concursados da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável por administrar a instituição.
No primeiro dia do movimento, o atendimento não foi afetado. Segundo o Sindicato dos Servidores do Serviço Público Federal do Estado de Minas Gerais (Sindsep-MG), a intenção da categoria não é prejudicar os pacientes. Por isso, alguns setores como UTI e CTI não serão atingidos pelo movimento. Nas demais áreas haverá escala para que os atendimentos não sejam suspensos.
Escassez
De acordo com o sindicato, os profissionais de saúde enfrentam, diariamente, desde a falta de materiais, até o número insuficiente de trabalhadores nos setores. "Não bastasse, o governo ainda quer reduzir benefícios como vale alimentação e auxílio-saúde dos trabalhadores", informou.
"Não é e nunca foi intenção dos trabalhadores da Ebserh, lotados no Hospital das Clínicas, prejudicar a população de todo o estado que depende do atendimento oferecido pelo Hospital. Mas intransigência do governo quanto às negociações, aliada às más condições de trabalho e salário foi o que motivou o início da greve", completou.
Pauta
Conforme o Sindsep-MG, a pauta de reivindicações da categoria foi encaminhada ao governo federal em dezembro do ano passado. Porém, até o momento não houve acordo nas negociações. A Ebserh informou que já recorreu à Justiça do Trabalho para garantir a prestação dos serviços à população, mas continua negociando com os empregados. A empresa reforçou, por meio de nota, que têm investido para melhorar o atendimento no Hospital das Clínicas
"Esse esforço pode ser percebido no decorrer desse ano, quando a Ebserh convocou 3.784 concursados, cumprindo o compromisso assumido de chamar todos os aprovados dentro do número de vagas previsto. Somente para o HC-UFMG, desde 2014, foram convocados 2.608 profissionais, dos quais 1653 foram contratados para a unidade. A instituição acredita no bom senso da categoria, para que os serviços prestados à sociedade não sejam afetados".
Além de BH, o protesto irá começar na quarta-feira (20) em Juiz de Fora e Uberaba.