Sistema de saúde poderá entrar em colapso em Minas se 1% da população se infectar pela Covid-19

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
08/04/2020 às 11:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:13

Uma nota técnica realizada por diferentes entidades indicou que, se a taxa de infecção por Covid-19 de 1% da população for alcançada em um mês, nenhuma macrorregião do Estado conseguiria atender a demanda dos casos graves da doença, considerando a oferta de leitos existente em dezembro de 2019. O Estado tem 20,87 milhões de habitantes – ou seja, poderá haver um colapso no sistema de saúde se 208 mil se infectarem nas próximas semanas.

Mesmo no melhor cenário, em que a taxa de infecção da população for de 1% em seis meses, 36% das macrorregiões de saúde estaduais já estariam comprometidas. Se a taxa de infecção atingir 10% em 12 meses, todas as microrregiões seriam sobrecarregadas. Até momento, Minas Gerais tem a confirmação de 559 casos e 11 mortes referentes à doença.

De acordo com o estudo, a expectativa era de que, até o fim de abril, o sistema de saúde poderia entrar em colapso, com 53% das microrregiões de saúde operando além de sua capacidade, caso a infecção atingisse 1% da população em cada uma delas.

O texto, publicado nesta semana por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas (Face), do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais e da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão de Belo Horizonte, indica que será preciso transferir pacientes de cidades sem oferta de leitos para centros maiores.

“No caso de alguns municípios, a distância que os pacientes terão de percorrer pode ser elevada. Segundo diretrizes definidas pelo Estado, quando a distância média a ser percorrida for superior a 200 quilômetros, a oferta de transporte via Suporte Aéreo Avançado de Vida ou UTI móvel será organizada conforme a necessidade. Municípios com esse perfil correspondem a 9% do total do estado e estão em sua maior parte localizados na macrorregião Nordeste”, destaca uma das autoras do estudo, a professora Kenya Noronha, do Cedeplar.

Para que o sistema de saúde não entre em colapso neste momento, é fundamental que toda a população atenda às recomendações médicas de ficar em casa, sempre que possível. Também é fundamental redobrar a atenção na higienização das mãos. O Ministério da Saúde recomenda ainda à população que produza máscaras caseiras, para uma maior proteção em espaços públicos.

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