
O sociólogo e ex-secretário adjunto de Segurança Pública de Minas, Luiz Flávio Sapori, avaliou a ação policial em Varginha, neste domingo (31), que terminou com a morte de 25 integrantes de uma quadrilha de assaltantes de banco.
Em entrevista ao Hoje em Dia, Sapori, que atuou na pasta entre 2003 e 2007, diz que não se deve comemorar o resultado da ação, mas que é importante reconhecer o trabalho dos militares. “Não devemos comemorar pois a função da polícia não é matar criminosos. No entanto, é preciso reconhecer que a operação policial foi legítima. Tudo leva a crer e as evidências sinalizam reação do grupo que tinha um poderio bélico impressionante”, explica.
O sociólogo ainda aponta sobre a gravidade dessas quadrilhas que compõem o chamado “novo cangaço”. “Essas quadrilhas do ‘novo cangaço’ são um problema grave na sociedade, pois contam com armamentos de guerra. A reação era previsível, pois não costumam se entregar quando são descobertas e a polícia agiu. Numa situação como essa não há como evitar a vitimização da outra parte”, afirma.
Sapori também destacou o trabalho de inteligência das polícias militar e rodoviária federal. “Houve um trabalho de compartilhamento de informações em que conseguiram se antecipar a ação da quadrilha, que se preparava para um grande roubo na região. O trabalho de inteligência ativo é o melhor caminho para lidar com o novo cangaço”, defende.
O doutor em sociologia deixa claro que as pastas de segurança pública devem priorizar os serviços de inteligência. “É preciso um esforço para identificar a origem e fluxo desses armamentos, que são armamentos de guerra. É preciso descobrir quais são as conexões para se adquirir esses armamentos. É um trabalho que está só no começo, mas é preciso desmantelar essas quadrilhas não só em Minas, mas em todo o país”, comenta.