Superlotação no Ceresp de Betim chega a 188%

Hoje em Dia
16/03/2015 às 14:53.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:22
 (Amadeu Barbosa)

(Amadeu Barbosa)

A superlotação do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, supera em 188% a capacidade da unidade prisional. São cerca de 1.300 detentos no local, sendo que o limite é para 450 internos.    O problema foi constatado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em uma visita ao Ceresp de Betim, na última sexta-feira (13). A ida foi motivada por denúncias de familiares sobre violação de direitos humanos dos presos, superlotação, condições insalubres e a falta de água.   Segundo o deputado Cristiano Silveira (PT), após a visita, a expectativa no Ceresp de Betim era de que 500 presos seriam transferidos para outras unidades. O parlamentar irá enviar um relatório para a Secretaria de Estado de Defesa Social, pedindo providências para melhoria das condições dos presos que estão no local. A unidade é de caráter provisório até o preso ser julgado e não um local definitivo de cumprimento da pena.   Entre as propostas está o debate sobre medidas alternativas para os presos, como os presídios agrícolas e as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs). “Nessa visita, pude constatar a falência do modelo penitenciário e que é preciso que o Estado repense essa situação. Da forma que está, vamos punir, mas não vamos recuperar os presos”, ponderou o deputado.    Rebelião   Na última semana, os presos do Ceresp de Betim fizeram uma rebelião, em protesto contra a falta d'água e a superlotação. Segundo a Secretaria de Defesa Social, a falta d'água também afeta os bairros da região. O abastecimento teria sido normalizado na própria segunda-feira (9), e os ânimos acalmados após negociação entre a direção da unidade e representantes dos presos.   Mas, no início da tarde do dia seguinte, outro motim teria sido deflagrado. Os presos teriam queimado colchões, que foram jogados no pátio da unidade. Novamente, a reclamação dos presos era a falta de água, agravada pela superlotação. O protesto teria durado cerca de 30 minutos, sendo rapidamente contornado pela direção da unidade.

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