A tempestade que atingiu a capital mineira na noite desta quarta-feira (7) deu uma mostra do que os moradores poderão enfrentar nesta temporada chuvosa.
Só em Venda Nova, região que historicamente sofre com inundações e até mortes, o volume de chuva acumulado em três horas foi o equivalente a um quarto do que é esperado para todo o mês.
Em outubro, o prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) apresentou as ações preventivas para o período chuvoso na cidade. E falou sobre o andamento das obras para solucionar os problemas causados pelas inundações.
No entanto, a prefeitura admitiu, na noite desta quarta, que mesmo a obra já concluída em dezembro de 2021 (caixa de captação) na Vilarinho “não têm capacidade para resolver sozinha os problemas da região”.
Um documento da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) lista as obras já concluídas, como a 2ª Caixa de captação na Vilarinho, na 2ª etapa de obras de prevenção de inundações, na região de Venda Nova.
De acordo com a Sudecap, com o custo de R$ 12,8 milhões, foi implantada uma estrutura hidráulica de captação dos escoamentos superficiais no emboque do Ribeirão Isidoro, localizado na avenida Vilarinho com rua Doutor Álvaro Camargos e rua Maçon Ribeiro.
A caixa de captação tem área aproximada de 2.500 m² e capacidade de armazenar 10 mil m³ (10 milhões de litros). A estrutura, segundo o documento, recebe o volume excedente de escoamento superficial proveniente da insuficiência das redes de drenagem do entorno.
E foi construída para drenar o excesso de águas sobre as vias durante “eventos chuvosos mais intensos, reduzindo o risco de elevação da lâmina d’água na região e o tempo de permanência da água sobre a pista.
Dez milhões de litros de água é um número que impressiona. Mas o que se viu na noite desta quarta-feira (7) foi a reprise de uma cena a que os moradores da região estão acostumados a assistir: alagamentos, medo e prejuízo.
Em agosto deste ano, Fuad visitou as obras de otimização da drenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro, na Região de Venda Nova, que fazem parte da bacia da Lagoa do Nado, que, segundo ele, devem ficar prontas em 2024.
“Nós prometemos, em 2019, quando tivemos mortes por enchentes na Vilarinho, o prefeito Kalil propôs e determinou que fizéssemos uma obra de contenção, para acabar essas enchentes”, relembrou.
Na terceira etapa de obras na Vilarinho, que está em andamento, está prevista a construção de dois reservatórios profundos - Vilarinho 2 e Nado 1, para “mitigação das inundações recorrentes na avenida Vilarinho e rua Dr. Álvaro Camargos”, com investimento de R$ 124,6 milhões, com recursos financiados pela Caixa.
Os dois reservatórios subterrâneos, explica o documento da Sudecap, têm capacidade de armazenamento de, aproximadamente, 115 milhões de litros d’água cada um, incluindo a laje de cobertura. A previsão de conclusão é o 1º semestre de 2024.
Enquanto a solução definitiva não vem, o feriado vai ser um dia para avaliar prejuízos e recuperar os danos. Ainda em nota, a prefeitura informou que estão sendo feitas vistorias nas áreas que foram afetadas por alagamentos.
Além disso, já estão em andamento ações de limpeza em conjunto com a SLU, de bocas de lobo, dispositivos de drenagem superficial (sarjetas), recolhimento de galhos e desobstrução de redes de drenagem, quando constatada a necessidade.
Ainda de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, “embora seja uma obra muito importante e que melhorou muito a situação na região, a caixa de captação não tem capacidade para resolver sozinha os problemas da região em eventos severos de chuva”, destacou a administração municipal.
Para a PBH, a solução depende da conclusão de um conjunto de obras na bacia. Neste momento, estão em execução desde abril de 2021 as Obras e serviços de otimização do sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro.
O Grupo Gestor de Risco de Desastres, formado por diversos órgãos da administração municipal como secretarias, Guarda Civil, BHtrans, Sudecap, Corpo de Bombeiros não foi acionado nesta quarta-feira.
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