Traficantes da favela Sumaré atuavam dentro da UFMG, afirma Polícia Civil

Bruno Inácio
03/06/2019 às 21:06.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:56
 (Wikimedia Commons)

(Wikimedia Commons)

Cinco homens apontados como traficantes da favela Sumaré, na região Noroeste de Belo Horizonte, são suspeitos de comandar um esquema de venda de drogas no campus Pampulha da UFMG. Eles foram presos em maio, após operação da Polícia Civil na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) e em frente à Escola de Belas Artes (EBA).

As investigações apontam que faria parte do grupo um ex-estudante de engenharia química da universidade, que produziria drogas sintéticas por encomenda. Ele já teria, inclusive, usado um laboratório da instituição para “fabricar” os entorpecentes.

Ecstasy, maconha, haxixe e substâncias de alto poder alucinógeno estão entre os materiais que eram comercializados nos corredores e área externa do campus.

Segundo o delegado Júlio Wilke, os suspeitos se passavam por estudantes para ter trânsito livre na UFMG e não tinham dificuldade para circular com as drogas, principalmente dentro de diretórios acadêmicos (DAs) de cursos.

“Era um terreno fértil para o tráfico, uma área grande, com alta demanda, até de alunos e pessoas de fora. A faculdade não consegue inibir a prática. O campus era usado como boca de fumo, comandada pelo ‘Logaritmo’”, afirmou.

“Logaritmo” é o apelido do homem de 27 anos apontado como chefe do esquema. As encomendas chegavam via WhatsApp e o ponto de entrega era os DAs de Antropologia e Psicologia, ambos na Fafich.

No celular do suspeito, policiais encontraram conversas com um homem de 30 anos preso no ano passado, apontado como o “Walter White” da vida real: ele produziria, a pedido de Logaritmo, as drogas sintéticas que eram vendidas. O nome faz referência ao personagem principal da série de TV “Breaking Bad”. Na ficção, um professor usa o que sabe de química para fabricar metanfetamina.
 
Em nota, a UFMG informou que colabora com a polícia e avalia providências. Afirma, ainda, que “não pactua com práticas ilegais e que ferem a dignidade humana”. A universidade confirma que o ex-estudante de engenharia química estudou na instituição, mas diz que ele não foi diplomado na área.

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