Tráfico na Fafich migra para os fundos a Faculdade de Letras

Hoje em Dia
07/05/2015 às 06:13.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:55
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Depois de a direção da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), da UFMG, tomar medidas para coibir o uso e tráfico de drogas em suas dependências, no campus Pampulha, os atos ilícitos apenas mudaram de endereço. É o que dizem funcionários ouvidos pela reportagem do Hoje em Dia.

De acordo com eles, a venda e o consumo de entorpecentes passaram a acontecer atrás da Faculdade de Letras, dois prédios adiante. “Falam que resolveram o problema, mas ele só mudou de lugar”, afirmou um servidor, que pediu para não ser identificado.

Na terça-feira, o diretor da Fafich, professor Fernando de Barros Filgueiras, garantiu que a situação estava 95% resolvida em função da transferência da sede do Diretório Acadêmico Estudantil (DA), apontado como local de venda e uso de drogas. O escritório passou do terceiro andar para o primeiro. A segurança também seria reforçada.

Em março, estudantes reclamaram da insegurança, do assédio a mulheres e de roubos em função do tráfico em pleno ambiente estudantil. Na época, o DA argumentou que o problema é antigo, mas que a questão não cabe apenas à universidade.

“Deve ser um debate da sociedade visto que o Estado falha ao acreditar que política de drogas se faz com bala”, afirmou o diretório, em nota. Já Filgueiras disse que, embora a UFMG seja uma instituição pública, com ideais democráticos, é um espaço com regras que têm de ser respeitadas.


Crônico

No início da semana, o Hoje em Dia mostrou que o problema afeta também a Faculdade de Direito, na região Centro-Sul. Também no terceiro andar, num local descrito como “território livre”, pessoas estranhas ao corpo estudantil utilizam o local para consumir droga e traficar.

Alunos da faculdade, principalmente do turno da noite, se sentem intimidados. Após a publicação da reportagem, eles organizaram um abaixo-assinado exigindo providências, como a instalação de catracas e revitalização do espaço.


Resposta

Em nota, a faculdade afirmou que está ciente do problema desde o último dia 14, quando foi informada pela ouvidoria da UFMG sobre “ameaças e má utilização dos espaços coletivos dentro da instituição”.

Conforme o texto, a instituição encaminhou ofícios ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Estadual constatando que a apuração das denúncias “está além das competências outorgadas à diretoria, por se tratar de fato, em tese, prescrito na lei penal”.

A nota diz, ainda, que a Faculdade de Direito está à disposição para contribuir com as investigações e que estuda a adoção de medidas para reforçar a segurança no campus.

A UFMG tem uma área de 8,7 milhões de metros quadrados, monitorada por seguranças próprios

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por