O Complexo Arquitetônico da Pampulha, um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, está cada vez mais próximo de se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade.
Na terça-feira (17), a Organização das Nações Unidas (Unesco) encaminhou ao Itamaraty um documento em que se mostra favorável à elevação. Agora, basta apenas mais um passo para conseguir o título.
Em 20 de julho, cerca de 200 países que compõem a Unesco vão se reunir, em Istambul, para analisar o documento e dar o parecer final.
Conquista
O presidente da Fundação de Cultura da capital, Leônidas Oliveira, comemora a aproximação da Pampulha a condição de Patrimônio Mundial. “O parecer nos aproxima muito do título, mas ao mesmo tempo reforça o compromisso de toda a cidade e do país com a salvaguarda das obras dos grandes mestres da modernidade brasileira", declarou.
Desde 2012 a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se empenha para transformar o Complexo Arquitetônico da Pampulha em Patrimônio Cultural da Humanidade.
Para conquistar o título, nos últimos anos o Executivo investiu na restauração dos projetos de Oscar Niemeyer e Burle Marx e na limpeza do espelho d’água da lagoa.
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Iate

O anexo do Iate Tênis Clube, que compõe o complexo, é considerado o calcanhar de Aquiles para a conquista do título. O imóvel foi projetado em 1940 pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A concepção do projeto original era criar uma espécie de grande embarcação às margens da lagoa.
Lá, foi erguido um espaço de lazer e de esportes. Mas em 1961 o local foi privatizado e várias reformas foram feitas nas décadas seguintes, descaracterizando a obra de Niemeyer. Atualmente, há uma academia, salão de festa e de beleza e estacionamento. Em fevereiro, um decreto foi assinado pelo prefeito Marcio Lacerda para a desapropriação, o que permitiria à prefeitura demolir o anexo.
Candidatura

Em dezembro de 2012, a Prefeitura nomeou uma comissão composta por representantes do poder público e da sociedade civil para transformar o projeto em realidade. Integram essa comissão Rodrigo Perpétuo, o diretor de Conservação e Restauração do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Renato César José de Souza, a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas Gerais, Michele Arroyo, a secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, e o presidente da FMC, Leônidas Oliveira.
Em dezembro de 2013, a PBH, o Governo de Minas e o Iphan assinaram a carta de intenções com vistas ao reconhecimento do Complexo Arquitetônico da Pampulha como patrimônio mundial. Na ocasião foram divulgados os desafios a serem enfrentados e as ações que já estão sendo realizadas para que se alcance essa conquista.
Em julho de 2014 o pré-documento técnico da candidatura foi considerado pelo Iphan apto a ser apresentado a um consultor internacional do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos)/Unesco para avaliação.
Em julho de 2014 o pré-documento técnico da candidatura foi considerado pelo Iphan apto a ser apresentado a um consultor internacional do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos)/Unesco para avaliação. Em dezembro do mesmo ano foi entregue o dossiê de candidatura.
Em março de 2015, a Unesco comunicou que a candidatura havia sido aceita pela entidade. Naquele mesmo mês, a PBH cirou uma Comissão de Gestão, responsável acompanhar os projetos e as obras. Em setembro, BH recebeu a missão de avaliação do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS). A arquiteta venezuelana Maria Eugênia Bacci também esteve na cidade para analisar o conjunto da Pampulha.