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Vale inicia descaracterização de dique de rejeitos da Mina Águas Claras, em Nova Lima

Clara Mariz*
@clara_mariz
20/04/2022 às 18:30.
Atualizado em 20/04/2022 às 18:44
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

A Vale iniciou nesta quarta-feira (20) o processo de descaracterização do dique auxiliar da Barragem 5, na Mina Águas Claras, em Nova Lima, região Metropolitana de Belo Horizonte. A estrutura é uma das barragens a montante que estão sendo eliminadas pela empresa em todo o país, após o rompimento da barragem B3, em Brumadinho, em janeiro de 2018.

De acordo com a mineradora, desde 2000 o dique auxiliar não recebe rejeitos e, com o término dos trabalhos de descaracterização no fim deste ano, ele se juntará às 12 estruturas já descaracterizadas.

"Atualmente, tanto o dique auxiliar quanto a Barragem 5 estão em nível de emergência 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), sendo ambas as estruturas monitoradas permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico da Vale", informou a empresa.

Em março, a mineradora construiu um reforço na estrutura para dar mais estabilidade durante o processo de descaracterização, já que "pode ter um aumento de riscos durante as obras". Além disso, como forma de prevenção, e em caso de uma hipotética ruptura do dique, a multinacional calculou que todos os 2,2 milhões de m³ ficarão contidos dentro da Barragem 5.

"Para reforçar a segurança dos trabalhadores, ainda que não haja proibição de acesso à estrutura, a Vale, conservadoramente, definiu que as atividades de escavação e movimentação do rejeito serão realizadas com equipamentos não tripulados, operados remotamente. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa em conjunto com fornecedores. A previsão de conclusão dos trabalhos é em dezembro deste ano", revelou a empresa em nota enviada ao Hoje em Dia

Programa de descaracterização
Desde 2019, das 30 barragens a montante mapeadas que passarão pelo processo de descaracterização, sete foram eliminadas (quatro em Minas Gerais e três no Pará).

Segundo a empresa, o número corresponde a praticamente 25% do programa de descaracterização. "Para este ano, está prevista a conclusão das obras e a reintegração ao meio ambiente de mais cinco estruturas. Com isso, a Vale prevê encerrar 2022 com 40% das suas estruturas a montante eliminadas. Isso significa que 12 de 30 barragens mapeadas já estarão descaracterizadas", acrescentou.

Os Diques 3 e 4, da barragem Pontal; a barragem Ipoema, em Itabira; e a barragem Baixo João Pereira, em Congonhas, são as outras estruturas com previsão de conclusão das obras de descaracterização neste ano. A atualização mais recente da mineradora mostra que 90% das barragens a montante devem estar eliminadas até 2029 e 100% até 2035.

"As estruturas cujos prazos para término da descaracterização são mais extensos referem-se àquelas de maior risco, mais complexas e que envolvem um volume de rejeitos maior. A Vale reforça que as obras de descaracterização estão sendo realizadas de forma cautelosa e reafirma seu compromisso de transparência e atuação focada na segurança das pessoas e do meio ambiente", completou a empresa.

(*) Com Agência Brasil.

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