Vale paga por combustível, mas as 16 aeronaves usadas em resgate em Brumadinho são públicas

Malú Damázio
27/01/2019 às 19:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:15
 (Manoel Freitas)

(Manoel Freitas)

Das 16 aeronaves que estão sendo utilizadas no resgate de vítimas do rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, nenhuma é da Vale. Todas são de instituições públicas, como Polícias Militar e Civil, e Corpo de Bombeiros, conforme o porta-voz da corporação, tenente Pedro Aihara. 

Somente o combustível dos helicópteros está sendo pago pela empresa, responsável pela tragédia que matou 37 pessoas e deixou outras 287 desaparecidas, na última sexta-feira (25). Ao todo, R$ 11 bilhões do caixa da Vale foram bloqueados pela Justiça para arcar com os custos de alocação e cuidado com afetados pelo desastre e para evitar o rompimento de novas barragens.

Caso o risco de explosão da contenção B6 volte a ser iminente, o prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo, afirma que é obrigação da mineradora arcar com os custos de hospedagem e alimentação dos moradores que terão que deixar as residências. 

"Eles têm que pagar. Toda obrigação financeira de tirar as pessoas de suas casas, seja quantas forem, é da empresa", diz. Avimar afirma que a Vale assumiu esse compromisso com o município. Ele ainda cobra que a companhia pague o salário dos funcionários de todos os turnos da Mina do Feijão e continue a arcar com os R$ 5 milhões pagos mensalmente a Brumadinho - valor que chega a 65% da receita da cidade. 

"A Vale nunca fez nada para nós e ganha bilhões. Ela vai ter de dar um jeito de pagar os royalties porque parou de operar por um erro que ela cometeu. Não vamos ficar de braços cruzados", afirma, garantindo que dobrará a fiscalização municipal sobre as ações da empresa.

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