Mais uma modalidade criminosa desafia as autoridades policiais em Minas. Por dia, de três a cinco carros usados pelos Correios, para entregas de cartas e outras encomendas, são alvo de assaltantes no Estado. Com os veículos de carga da empresa sofrendo até 150 ataques por mês, funcionários da estatal, aterrorizados com a violência, têm solicitado afastamento das funções por problemas psicológicos.
O quadro se agravou neste ano, e os roubos ocorrem com mais frequência na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As informações são de uma pessoa ligada aos Correios, que, por motivo de segurança, pediu para ter o nome mantido em sigilo. Segundo a fonte, os carros são interceptados quando estão na rota de entrega. Os veículos são abordados por criminosos fortemente armados, que rendem o motorista e levam o veículo para um local ermo. Enquanto o saque ocorre, os servidores são mantidos reféns.
Sem ser incomodada, a quadrilha de assaltantes tem tempo para revirar malotes e caixas de encomendas, como Sedex, escolhendo o quer levar. Na sequência, foge deixando o carro e os servidores dos Correios.
Trauma
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios Telégrafos e Similares do Estado de Minas gerais (Sintect-MG), Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, por causa do trauma, vários trabalhadores têm sido afastados com problemas psicológicos.
“Os assaltos acontecem com mais frequência na capital e Grande BH, devido à grande concentração de veículos e encomendas. No entanto, apesar do elevado índice de ocorrências nestas localidades, não há medidas de segurança específicas para conter o avanço desse tipo de crime. Por sorte, até hoje, não foi registrada nenhuma morte”, alerta o presidente do Sintect.