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Vício no smartphone: um olho na tela, o outro também

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
Publicado em 27/08/2014 às 07:44.Atualizado em 18/11/2021 às 03:57.

Os “culpados” por tanta atenção dedicada aos celulares são os aplicativos. Por meio deles, quem tem um smartphone pode interagir com outras pessoas sem necessariamente falar ao celular.

É possível acessar a rede social, publicar fotos, conversar via mensagens, obter localização de endereços, dentre outras centenas, milhares de possibilidades. Atualmente, os aplicativos mais utilizados pelo brasileiro são Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp, Waze e Easy Taxi.

“Temos observado uma tendência de procura pelos programas que facilitam a vida das pessoas. Ainda é tudo muito novo, e nós gostamos de novidade. A curiosidade aguça a gente, queremos saber o que o amigo está fazendo o tempo todo”, afirma o coordenador técnico do Colégio Cotemig, Leonardo Fonseca de Souza.

São justamente essas as razões para a estudante Alice Diniz Rocha, de 15 anos, não se desgrudar do smartphone nem um minuto. Viciada assumida, ela usa o aparelho até durante as aulas e as refeições, mesmo sob ameaça de castigo.

“Na escola, é proibido, mas eu mexo escondido o tempo todo. Em casa, minha mãe não deixa usar na hora do almoço, porque a orientação é sentarmos à mesa para conversarmos uns com os outros, mas, às vezes, alguém me vê com o celular e diz que vai tomá-lo de mim”.

Diretor de tecnologia da informação, Fábio Lacerda tem cerca de 150 aplicativos instalados no smartphone. Por mês, costuma experimentar mais de 30 lançamentos. Além dos programas de bate-papo e redes sociais, no dia a dia ele utiliza aplicativos de jogos e de serviços, como bancários.

“Tudo na minha vida é relacionado a tecnologia. Controlo minha casa pelo trabalho, programo a TV para gravar, uso pulseiras que calculam o batimento cardíaco enquanto faço exercícios físicos”. No trânsito, afirma, usa o celular só quando o sinal fecha.

Pedestres também estão sujeitos a riscos

No trânsito, desviar a atenção da via por um segundo para olhar o celular pode ser o suficiente para provocar um acidente. Mas engana-se quem pensa que está seguro ao andar a pé pelas ruas da cidade distraído com um aparelho na mão.

Testes realizados pela Faculdade de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais mostraram que um fator “distrator” causa até 20% de redução na velocidade de caminhada do pedestre. Isso, ao atravessar uma avenida, aumenta o risco de atropelamento.

A constatação veio depois de uma simulação feita em laboratório. Uma aluna foi colocada em movimento em cima de uma esteira enquanto digitava mensagens no aparelho telefônico.

“Atender ao celular é menos comprometedor, mas, quando a pessoa digita, ela perde completamente a visão do ambiente. Quando isso ocorre, o risco é ainda maior, porque a pessoa não percebe alterações no piso, buracos na calçada, postes ou outra pessoa vindo na direção contrária à dela. Essa falta de atenção provoca prejuízos nas duas atividades: o uso do celular e a caminhada”, afirma a professora Gisele Cássia Gomes.

Para a coordenadora pedagógica da faculdade IBS, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Elma Bernardes Santiago, a facilidade de dispersão do pensamento por causa do uso do celular tem trazido um impacto negativo à vida das pessoas.

“É meio contraditório, porque as pessoas não têm foco, não traçam objetivos, mas, ao mesmo tempo, estão tão imbuídas em um aparelho que perdem a noção do tempo. O celular, apesar de ser um instrumento muito valioso, é uma perda de tempo se não for bem usado”.

Tratamento por e-mail

Na PUC São Paulo, foi criado um Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática para auxiliar pessoas “viciadas” em internet e smartphones.

O curioso é que o atendimento é feito via e-mail, gratuitamente, e destina-se a pessoas que usam os aparelhos compulsivamente.

O serviço recebe, em média, cinco pacientes por mês.

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