Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas em uma explosão no Departamento Estadual de Combate ao Narcotráficos da Polícia Civil (Denarc), na manhã desta quarta-feira (28), no bairro São Cristóvão, região Noroeste de Belo Horizonte. Uma caixa contendo vidros com a droga “lança-perfume” teria causado o acidente.

Segundo informações de uma fonte ligada ao departamento, o fato teria ocorrido por volta das 11h20. Servidores faziam o transporte da droga para um caminhão da corporação, quando as embalagens teriam se quebrado, causando a explosão. Os agentes foram encaminhados para o Hospital de Pronto-Socorro Odilon Behrens, que fica ao lado do Denarc. O estado de saúde não foi divulgado.

Em entrevista à TV Globo, o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindipol), Wemerson Oliveira, afirmou que o material não poderia estar sendo mantido na delegacia.

“Esse material não era para estar condicionado aqui, como não deve estar em delegacia nenhuma da PCMG. Existe uma lei desde 2019 que ordena que esse material tem que estar na perícia criminal, responsável por isso. Só que de forma precária esse material continua nas delegacias, e hoje aconteceu essa tragédia, que poderia ter sido muito pior”, afirmou.

Oliveira afirmou ainda que materiais como esse só são armazenados nas delegacias graças à precariedade da instituição. Ele culpou o Governo do Estado pela ausência de investimento.

“Tudo na Polícia Civil de Minas Gerais é precário, não há investimento na nossa instituição. Esses materiais, a Polícia vai dando um jeitinho, porque o Estado não investe. Tinha que ser cumprida a cadeia de custódia, mas para isso tinha que ter adequações, que é arrumar prédio, arrumar espaço pra colocar. Para se ter ideia, tem dinamite, armamentos, materiais biológicos em delegacias, precisamos retirar esses materiais desses locais, mas para isso falta boa vontade”, declarou.

Ao Hoje em Dia, a Polícia Civil informou que todos os materiais apreendidos em operações policiais, incluindo drogas, são acondicionados conforme previsto em resolução própria. Os materiais são resguardados em locais seguros, sob proteção policial, para a destinação final e destruição. E que os cinco policiais que sofreram ferimentos leves já foram liberados.

Além disso, a instituição destacou que a ação visava cumprir determinações judiciais e foi acompanhada por representante do Ministério Público, sendo um procedimento realizado regularmente pela Instituição, e que aguarda a finalização dos laudos que apontarão a causa e as circunstâncias do ocorrido.

* Matéria atualizada às 17h52 com o posicionamento da Polícia Civil de Minas