MP e Três Lobos

VÍDEO: famílias fora do acordo com a Backer choram, gritam e se revoltam

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
21/07/2023 às 16:42.
Atualizado em 21/07/2023 às 18:36

Nem todas as famílias de vítimas intoxicadas por dietilenoglicol após o consumo da cerveja Belorizontina conseguiram a indenização. As que ficaram fora do acordo selado entre a Backer e o Ministério Público (MPMG) se revoltaram nesta sexta-feira (21). Algumas alegam não ter sido consultadas. Outras, que não tiveram tempo para analisar as condições propostas.   

Na quinta-feira (20), o MP e a cervejaria Três Lobos, dona da Backer, firmaram um acordo que prevê o pagamento de R$ 500 mil para cada vítima. Nove famílias aderiram após conseguirem mprovar os danos causados e as inúmeras despesas em decorrência da cerveja do consumo da cerveja contaminada, em janeiro de 2020. 

Dentre os revoltados com a exclusão do acordo está a aposentada Eliane Reis, que perdeu o marido, José Oswaldo de Faria, após um ano e meio internado em estado gravíssimo. “Não é justo! Se é justo para outras vítimas, não falo nada em relação a elas, de forma alguma. Mas ninguém sofreu como meu marido. (...) Não quero dinheiro. O Ministério Público encerrou esse caso. Nem no criminal eles vão pagar”.

(Raquel Gontijo / Hoje em Dia)

(Raquel Gontijo / Hoje em Dia)

Para receber a indenização proposta no acordo, a relação entre a contaminação pela cerveja e os danos à saúde tem que ser reconhecida pela Central de Apoio Técnico (Ceat) do MPMG, uma espécie de perícia.

Segundo o promotor de Justiça Fernando Ferreira Abreu, 15 vítimas passaram pela perícia. Nove foram reconhecidas e outras apresentam “quadro compatível” mas que não permite afirmar ou negar a intoxicação pela cerveja.

“O que o MPMG fez foi dar direito a essas pessoas de encerrar esse processo. Os que não foram contemplados podem entrar com ação individual. O direito não tem como acabar com o sofrimento dessas pessoas. A vida não tem valor, esse drama nunca será esquecido”, esclareceu o promotor.

O marido da pedagoga Aline Valadão é uma das vítimas que sobreviveu. Ficou com sequelas. "No momento que nossos advogados estão reivindicando tudo isso, o acordo foi homologado, da noite pro dia. A nossa indignação é que a gente não teve tempo de rever isso. Agora é muito simples dizer 'corram atrás individualmente'! Isso tira força do (processo) criminal, tira a responsabilidade de quem deveria pagar. Cada vez que meu marido tem que sair para uma perícia a gente tem que reviver um sofrimento". 

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