A Vigilância Sanitária de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fechou, na tarde desta sexta-feira (17), a empresa química localizada no bairro Vila Paris que fornecia monoetilenoglicol para a cervejaria Backer, em Belo Horizonte. De acordo com o órgão, a distribuidora vendia o monoetilenoglicol fracionado e não tinha alvará para isso.
Nessa quinta-feira (16), agentes da Polícia Civil e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) recolheram amostras de produtos e documentos no local. Ninguém do estabelecimento foi encontrado para falar sobre o assunto. Um ex-funcionário também prestou depoimento na 4ª Delegacia de Polícia Barreiro, no inquérito que investiga a contaminação das cervejas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol, substâncias tóxicas que foram encontradas em todos os materiais recolhidos e analisados até o momento.

O advogado da empresa química, Mário Savieri, disse que não há distribuição da substância dietilenoglicol, mas admite o fracionamento de monoetilenoglicol. “Nós não temos alvará para fazer o fracionamento dos produtos. E não foi por má-fé, mas simplesmente a empresa não sabia. O que ela faz basicamente é trazer produtos de São Paulo e de outras partes do país pra cá e fazer o fracionamento. Às vezes ela entrega o lote inteiro para grandes empresas, como é o caso da Backer”, explicou Savieri.
Ele também reforçou que a distribuidora nunca adquiriu dietilenoglicol e que o produto nunca fez parte da carta de substâncias distribuídas por eles. "A empresa foi lacrada por não ter um alvará específico para esse fracionamento. Agora é preciso fazer um projeto arquitetônico e solicitar um alvará específico. Uma vez que isso seja regularizado, eles permitem que a gente reabra mesmo com esse projeto em curso”, conclui.