Visitantes da Pampulha desconhecem orientações para evitar febre maculosa

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
09/01/2015 às 07:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:36
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

Turistas e frequentadores da orla da lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais da cidade, estão desinformados sobre os riscos de contrair a febre maculosa no local. Após o município constatar que capivaras que vivem na área já tiveram contato com a doença, a prefietura passou a orientar a população sobre os riscos de transmissão ao homem, por meio da picada do carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii e que pode levar à morte. Entre as atitudes, está evitar se deitar na grama e se aproximar das áreas onde os animais se agrupam.

O Hoje em Dia percorreu na última quinta-feira (8) trechos da orla e encontrou vários visitantes sem qualquer tipo de informação sobre a febre. Também não havia placas ou servidores distribuindo materiais informativos.

 

Entre os visitantes estava o sueco Daniel Kifarkis, em companhia da mulher, a brasileira Gisele Almeida, e da filha do casal, Nicole, de cinco meses. “Em 15 dias de férias viemos quase diariamente. Já fomos ao parque Ecológico, e não vi placas nem sinalização ”, afirma Gisele, que vive há sete anos na Europa. “Meu pai comentou sobre os carrapatos. Eu não tinha ouvido falar dos riscos”.

Especialista em relações trabalhistas, Celso Rocha, de 30 anos, morador de Betim, na região metropolitana, disse que não soube do alerta feito pela prefeitura. “Não sei o tamanho do risco. Se eu ficar 30 minutos sentado na grama, é arriscado ou não?”, questionou.

Quem mais se assustou ao ser informada dos riscos de ficar sentada sobre a grama nas margens da lagoa foi a estudante Vitória Paulino, de Frutal, no Triângulo Mineiro, que na última quinta-feira (8) fazia sua primeira visita à Pampulha. “Estou recém-chegada, não sabia disso. A notícia foi um susto”.

Cuidados

Junto do filho Gustavo, de 8 anos, a cuidadora Bruna Regiane conta que soube dos riscos de contrair febre maculosa na orla à época da morte de um ciclista no ano passado - o local onde ocorreu a contaminação não foi confirmado pelas autoridades de saúde. “A primeira coisa que pensei quando chegamos aqui foi no carrapato. Disse ao meu filho: ‘Gustavo, não pisa na grama, não!’”, destacou a moradora do bairro Floresta, na região Leste da capital.

Morador de Três Marias, na região Central de Minas, Tallison Moreira de Almeida visitou a Pampulha muitas vezes com a família, e lembrou de quando houve restrição de acesso. “Teve uma época que o Parque Ecológico ficou fechado por causa dos carrapatos”, disse

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da capital, servidores vão começar, na próxima semana, a distribuir um folheto com informações sobre a febre maculosa, como sintomas, tratamentos e formas de prevenção. De acordo com a pasta, as orientações serão repassadas para toda a população de Belo Horizonte, com o objetivo de atingir também os que visitam áreas rurais.  

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