Região Hospitalar

Vizinhos voltam a reclamar de 'lixão' em praça próxima à recém-reformada av. Bernardo Monteiro

Entulhos, descartes e materiais de reciclagem estão espalhados pela via, o que tem causado incômodo a quem passa pelo local

Bernardo Haddad
@_bezao
Publicado em 16/07/2025 às 13:39.Atualizado em 16/07/2025 às 18:56.
  (Valéria Marques/ Hoje em Dia)
(Valéria Marques/ Hoje em Dia)

A poucos metros da avenida Bernardo Monteiro - revitalizada 12 anos após a poda radical para combater infestações da 'mosca-branca' em ficus -, a Praça João Pessoa segue tomada por restos de materiais recicláveis. Quem mora ou trabalha na região hospitalar reclama de lixo, sujeira e mau cheiro no local, próximo a clínicas, restaurantes e escolas.

Há mais de dois anos, a praça virou ponto de apoio para catadores fazerem a separação dos materiais recicláveis. Moradores e comerciantes esperavam que o "cenário de abandono", nas palavras deles, mudasse com a reforma da avenida vizinha, que recebeu mudas de árvores e novos pisos, bancos e sistemas de irrigação e iluminação, ao custo de R$ 2,4 milhões. 

“Acho que descaracteriza muito a região. A prefeitura tinha que arrumar um depósito para colocar isso”, disse uma moradora da região, que pediu para não ser identificada.

Quem também reclama é a secretária Sandra Rodrigues, de 59 anos. Ela trabalha em um consultório na rua Padre Rolim e conta que os pacientes reclamam dos entulhos e do mau cheiro da praça. Segundo ela, motoristas também têm dificuldade de acessar e estacionar perto dali. 

“É muito lixo. Acho que a prefeitura tinha que arrumar um local para eles (os catadores) e liberar o local, para ficar melhor para os pacientes e também para os comércios. Tem restaurantes ali que as pessoas deixam de almoçar por conta do lixo”, afirma. 

Questionada, a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare) informou apenas que é dever dos órgãos públicos oferecer condições “adequadas” para os trabalhadores, como a criação de um galpão. 

50 quilos de sabão e mais 50 litros de desinfetante

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) recolhe o material triado pelos catadores na avenida Bernardo Monteiro duas vezes por semana (terça e quinta-feira).

Os resíduos são destinados para o galpão da cooperativa Coopesol Leste, no bairro Granja de Freitas. Aos sábados, a própria cooperativa busca o material. Segundo a prefeitura, a varrição é feita diariamente, com lavação quatro vezes por semana. São gastos 50 quilos de sabão e 50 litros de desinfetante, a cada sete dias. 

De acordo com a PBH, é feito um acompanhamento do grupo de catadores autônomos que atua no local, buscando "promover a proteção social e apoio ao trabalho de triagem". A Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou estar "comprometida" com o aluguel de um imóvel que abrigará o galpão, onde os catadores poderão fazer a triagem dos materiais. No entanto, não foi informado o local nem a previsão para isso acontecer. 

Revitalização da avenida Bernardo Monteiro

O trecho revitalizado da avenida Bernardo Monteiro estava previsto para ser inaugurado nesta quarta-feira (16). No entanto, o Hoje em Dia compareceu ao local e foi informado que os tapumes serão retirados na quinta (17). Ajustes pontuais na obra ainda deverão ocorrer.

A via recebeu novas mudas de árvores. O plantio integra o projeto de revitalização, que levou 14 meses para ser concluído.

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