Faltou ônibus na volta para a casa na segunda-feira de Carnaval (Bernardo Estillac)
A segunda-feira (28) de Carnaval foi complicada para quem depende de ônibus para se deslocar em Belo Horizonte. Usuários relararam falta de veículos e superlotação na ida para o trabalho e na volta para casa.
"Está sendo muito dificil. Não achei ônibus pra ir trabalhar, cheguei atrasada e agora estou há quase uma hora esperando pra voltar pra casa", disse a faxineira Mariana Sousa, 60, que aguardava o coletivo na Estação Vilarinho, no início da noite.
Vale lembrar que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) afirmou que nesta segunda e na terça-feira (1º) não há ponto facultativo para os servidores municipais. E todos os serviços públicos da capital devem funcionar normalmente. Conforme a BHTrans, os quadros de horários do transporte coletivo por ônibus da capital, durante o Carnaval, serão de dia útil.
Sem ônibus, com muita espera e longas filas, usuários recorreram a outros meios, como serviços de aplicativo, para não perder o horário do trabalho. E a volta pra casa foi mais difícil também. O receio de que a situação se repita a terça (1) exige uma programação antecipada para muita gente.
"Foi insuportável. Eu estava no ponto desde às 6 horas, não consegui pegar e tive que pagar um Uber, porque os ônibus que apareciam não tinha como entrar de tão cheios. Vou ter que me programar pra amanhã, porque trabalho normal", contou a auxiliar de departamento financeiro Dilma Santos, 35.
O representante comercial João de Deus Bittencourt, 60, conta que só chegou a tempo para o trabalho porque percebeu a situação atípica e fez uma rápida mudança.
"Eu moro no Jardim Europa, quando vi que não ia ter ônibus pro Centro, já mudei os planos. Vim para a Estação Vilarinho e peguei um metrô até lá. Não me atrasei, mas é porque fui esperto, porque tava difícil", contou enquanto esperava pelo transporte e relatava lentidão na volta para casa.
Diante do cenário incerto, houve até quem desmarcasse compromissos para a terça-feira (1). Foi o caso da estudante Caroline Vitória, de 16 anos.
"Hoje foi muito difícil. Amanhã eu precisava ir para Venda Nova, mas nem vou mais. Se não tiver ônibus, não tem como", disse.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Ônibus da capital (Setra-BH) declarou que não é possível entender os dias de Carnaval como um dia-útil, com o mesmo quantitativo de viagens de um dia normal. E afirmou, mas que monitora a situação para oferecer viagens extras.
O sindicato disse ainda que a indefinição da prefeitura e da BHTans para um planejamento antecipado sobre este período, impossibilitou uma antecipação de escalas de viagens no transporte público.
A BHTrans informou que as empresas de ônibus foram notificadas para adequar a operação dos veículos para o quadro de horários de Dia Útil Atípico. A autarquia verificou que as linhas estão funcionando de acordo com o quadro de domingo.
De acordo com a BHTrans, penalidades e multas podem ser aplicadas às empresas que não se adequarem às notificações.
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