Moro aceita denúncia contra mulher de Cunha na 'Lava Jato'

Folhapress
Hoje em Dia - Belo Horizonte
09/06/2016 às 13:50.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:49
 (Reprodução)

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O juiz federal Sergio Moro, responsável pela 'Lava Jato', aceitou nesta quinta-feira (9) a denúncia apresentada contra Cláudia Cordeiro Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

Segundo o Ministério Público Federal no Paraná, ela foi denunciada pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo valores provenientes de desvios na Diretoria Internacional da Petrobras. 

"Investigações apontaram que Cláudia tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos (2008 a 2014), valor totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito de seu marido", diz a Procuradoria.
 
Segundo os investigadores, quase todo o dinheiro da Köpek (99,7%) teve origem das contas Triumph SP, Netherton e Orion SP, que o Ministério Público atribui a Cunha. 

"As contas de Eduardo Cunha escondidas no exterior eram utilizadas para, em segredo a fim de garantir sua impunidade, receber e movimentar propinas, produtos de crimes contra a administração pública praticados pelo deputado", afirma a Procuradoria. 

Ainda segundo os investigadores, Cláudia Cruz se beneficiou de de parte de valores de propina de cerca de US$ 1,5 milhão que Cunha teria recebido para viabilizar a compra, pela Petrobras, de 50% de um bloco 4 para exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011. 
Cláudia Cruz fez compras de luxo no exterior com cartão de crédito vinculado à conta em nome da offshore. 

"Outra parte dos recursos foi destinada para despesas pessoais diversas da família de Cunha, entre elas o pagamento de empresas educacionais responsáveis pelos estudos dos filhos do deputado afastado, como a Malvern College (Inglaterra) e a IMG Academies
 LLP (Estados Unidos)." 

A investigação aponta ainda que ela manteve depósitos não declarados superiores a US$ 100 mil entre os anos de 2009 e 2014, o que constituiria crime contra o sistema financeiro nacional. 

Moro também aceitou as denúncias contra o empresário português do ramo de petróleo Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, o lobista João Augusto Rezende Henriques, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. 

Na terça-feira (7), Cunha pediu novamente ao STJ (Supremo Tribunal Federal) para remover de Moro as investigações envolvendo a mulher dele, Cláudia Cruz, e à filha, Danielle.

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