Motivos para o Brasil se armar para a guerra

Hoje em Dia
20/12/2013 às 06:48.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:55

O IBGE informou na quinta-feira (19) que a taxa de desemprego no Brasil, no mês passado, foi de 4,6%. É o percentual mais baixo para o mês de novembro. Só não pode ser classificado com recorde histórico, porque se iguala ao registrado em dezembro de 2012.

Mas dificilmente essa taxa poderá ser mantida nos próximos meses nesse nível invejável, num mundo que não aprendeu ainda a lidar com a questão da escassez de empregos. O trabalho humano vem sendo rapidamente substituído por máquinas, enquanto aumenta a produtividade e a concorrência entre empresas e nações.

O resultado é o desemprego em massa. Um pretexto para políticos que, a exemplo de Hitler, lançam mão da guerra para tentar resolver problemas internos de seus países. Tais fatos registrados pela história motivam nações que, desejando a paz, se preparam para a guerra. “Si vis pacem, para bellum”, diz o antigo provérbio latino ainda lembrado nas melhores academias militares.

Portanto, justifica-se, mesmo num país como o nosso, tão carente de recursos para resolver os problemas expostos diariamente pela imprensa, o anúncio feito na quarta-feira pelo governo brasileiro. É certo que o Brasil raramente se envolveu em guerras. A do Paraguai, no século XIX, extremamente dura, serviu para nos ensinar que é muito mais vantajoso conviver bem com todos os países.

O governo anunciou que vai assinar um contrato com a Saab no valor de US$ 4,5 bilhões. A empresa sueca deve entregar 36 caças supersônicos Gripen NG à Força Aérea Brasileira, até 2023. Os primeiros ficarão prontos 48 meses depois de assinado o contrato, previsto para dentro de 10 meses.

Não foi uma decisão fácil. A compra dos caças para proteger nosso território da cobiça externa começou a ser analisada em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso. Prosseguiu no governo Lula, que em 2009 chegou a anunciar que a escolhida tinha sido uma empresa francesa que fabrica o caça Rafale, apesar de o relatório técnico da FAB ter dado preferência ao Gripen. O contrato seria de US$ 8 bilhões. Houve resistência, e Lula deixou a solução do problema para Dilma Rousseff.

No atual governo, a preferência inicial era pelo F/A-18, fabricado nos Estados Unidos pela Boeing. O pacote custaria US$ 7,5 bilhões, mas, como o dos franceses, não estava incluída a transferência de tecnologia.

Além do preço menor e das denúncias de espionagem americana no Brasil que irritaram a presidente Dilma, a garantia de transferência de tecnologia foi decisiva na escolha do Gripen NG. Sua fabricação criará empregos, pois 80% de sua estrutura poderão ser fabricados no Brasil.

Técnicos brasileiros estarão trabalhando ao lado dos suecos no desenvolvimento, qualificação e homologação dos caças. E o contrato fortalecerá a política industrial de defesa em curso no país. 

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