O Prêmio Nobel da Paz Barack Obama parece não se importar nem um pouco com a opinão pública. Durante a semana, em várias cidades do mundo, milhares de pessoas saíaram às ruas para protestar contra uma possível ação militar na Síria. Mesmo assim, neste sábado (31), o presidente dos Estados Unidos declarou guerra ao regime de Bashar al-Assad e disse que está pronto para bombardear o país.
Em discurso transmitido pela TV, Obama afirmou que há evidências do uso de armas químicas na Síria, o que, para ele, requer uma resposta rápida. Ele destacou que não irá levar a discussão à ONU, já que o Conselho de Segurança está parado. Por outro lado, ele disse que quer contar com o apoio do Congresso dos EUA.
Atualmente, os parlamentares americanos estão em recesso e devem analisar o caso somente a partir do dia nove de setembro. Obama lembrou que tem autoridade para ir à guerra sem aprovação do Congresso. Ele não divulgou quando irá ordenar os ataques ao regime sírio.
Confira a galeria de fotos dos protestos contra a guerra na Síria:
Apoio
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reafirmou seu apoio a Obama neste sábado (31), ao declarar que entende as razões do presidente norte-americano. Por outro lado, a ajuda militar do Reino Unido está descartada até o momento. Na última quinta-feira, o parlamento inglês votou contra uma possível ação militar conjunta com EUA na Síria.
Enquanto isso, o presidente francês François Hollande se diz pronto para uma ofensiva militar em terrítório sírio. Diferente do que ocorre na Inglaterra, na França, o presidente tem poder para declarar guerra sem aprovação do parlamento.
No Golfo Pérsico, os países da Liga Árabe articulam apoio à iniciativa dos EUA.
Onde estão as provas?
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, adotou uma posição de cautela em relação às declarações de Obama. Ele pediu neste sábado (31) ao presidente norte-americano que, como ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2009, pense nas vítimas de um eventual ataque à Síria.
Putin também ressaltou que, na sua visão, as acusações de Washington de que o governo de Bashar al-Assad usou armas químicas na Síria são “uma estupidez de metro e meio”. Pare ele, é preciso apresentar provas da utilização desse tipo de armamento e a origem delas para justificar uma possível intervenção armada.
Inspetores da ONU estiveram na Síria para colher provas do ataque. A perícia será feita na Hollanda, sem data prevista para ficar pronta.
Irã e Síria
O governo do Irã se declarou contrário a uma possível ação militar dos EUA na Síria. Para Teerã, a gerra no país pode acirrar o extremismo na região.
Se por um lado o Irã tem um discurso pacifista, a Síria tem um posição bastante ousada. O primeiro-ministro sírio respondeu às declarações de Obama dizendo que seu exército está pronto para o combate.
*Com informações das agências