(Eugênio moraes)
Apesar de equipados, o bloco cirúrgico e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Ibirité, na região metropolitana, estão fechados há dois anos. Quem precisa dos serviços passa dias na fila à espera por uma vaga em outra cidade.
Um impasse que se estende desde 2012 entre as esferas municipal, estadual e federal impossibilita o repasse de recursos da União para a unidade de saúde.
“O dinheiro do município que seria destinado para esse fim (abertura e manutenção das alas atualmente inoperantes) tem que ser desviado para a manutenção dos 45 leitos de clínica médica que deveriam ser mantidos pelo governo federal”, afirma a secretária-adjunta de Saúde de Ibirité, Leda Magalhães de Freitas.
A verba federal viria a partir da inclusão do hospital na Rede de Urgência e Emergência (RUE) do SUS. O pedido de inclusão teria sido feito em 2012, quando o hospital foi inaugurado.
De lá para cá, a unidade já registra o que classifica de dívida do governo federal de mais de R$ 8 milhões. A liberação do recurso depende de uma resolução do Estado, responsável por intermediar o pedido junto à União. Segundo o governo estadual, porém, não seria possível encaminhar a solicitação ainda em 2012 porque a criação da RUE só foi aprovada em dezembro de 2013. O pedido de inclusão, encaminhado ainda no fim do ano passado, já foi recebido pelo Ministério da Saúde. Com isso, a transferência dos recursos federais para manter os 45 leitos de clínica médica deve começar somente a partir da publicação de uma portaria do Ministério prevista para sair ainda neste mês. Após a inclusão formal do Hospital Municipal de Ibirité na RUE, a União irá destinar R$ 4,1 milhões por ano para a entidade.
PREJUÍZO
Enquanto o imbróglio se arrasta, os 10 leitos de UTI, outros 28 leitos cirúrgicos e as três salas para cirurgias permanecem sem utilidade. “É muito frustrante estar a apenas a um andar da sala de cirurgia e não poder ser operado e resolver o problema. Enquanto espero uma transferência, mal consigo dormir por causa das dores”, conta o aposentado Genaro Manoel dos Santos, de 66 anos.
O paciente quebrou o ombro em dois lugares há 13 dias e aguarda pela cirurgia na fila de leitos. “Isso não acontece só comigo. É uma situação absurda que precisa ser solucionada”.
Casos graves que necessitam de leitos de UTI também têm que aguardar vaga em outras cidades. “Isso pode gerar mais problemas para o próprio paciente, que pode ter o quadro agravado. Por causa da demora, já tivemos casos de pessoas que fugiram do hospital e até um senhor que tentou juntar dinheiro para operar na rede privada, mas o valor é muito alto”, afirma a diretora-geral do Hospital Municipal de Ibirité, Mariane Santos Parreiras Tarabal.