Prof. Dr. Seu João Xavier*

As comemorações e eventos do último domingo, 7 de setembro, despertaram minha curiosidade sobre as bandeiras. Descobri que elas se tornaram comuns a partir da Idade Média, o que faz todo sentido, já que sempre foram retratadas em filmes e histórias medievais.
As bandeiras, como as conhecemos hoje, são uma evolução da heráldica — os brasões e símbolos usados em escudos e armaduras para representar territórios e reinos. Antes disso, civilizações antigas já utilizavam símbolos semelhantes em cerimônias religiosas e desfiles.
A bandeira de um país é um símbolo de extrema importância. Representa a identidade nacional, fomenta o patriotismo e a união entre os cidadãos, além de ser um elemento-chave para o reconhecimento internacional. Expressa os valores e a história de uma nação. Por isso, deve ser tratada com dignidade e respeito, tanto dentro quanto fora do país.
Até os times de futebol têm suas bandeiras e despertam enorme paixão. Mas, diante disso, por que não vemos o mesmo fervor e respeito pela bandeira do nosso Brasil? Por que alguém ousaria sobrepor uma bandeira estrangeira ou hasteá-la durante os desfiles que celebram o Dia da Independência?
Alguns dizem que isso ocorre por desconhecimento da importância da nossa bandeira. Mas será mesmo? Afinal, essas pessoas demonstram saber muito bem o valor simbólico de outra — a ponto de reverenciá-la, bater continência e promovê-la com fervor. O mais contraditório é que muitas vezes essas homenagens são a países que tratam brasileiros com desprezo e rigidez em suas fronteiras.
Precisamos avaliar com mais atenção quem escolhemos para representar o Brasil em cargos públicos, entender como esses representantes moldam nossa identidade nacional e, sobretudo, resgatar o senso de pertencimento, respeito e orgulho pelo que é nosso. Não se trata de xenofobia, mas de coerência, autoestima nacional e compromisso com a valorização dos nossos símbolos, da nossa história e do nosso povo.
* Professor efetivo do Departamento de Linguagens e Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Linguista e Sociólogo – Mestre em Linguística Aplicada (UFMG) e Doutor em Estudos de Linguagens (Cefet-MG)